Ontem à noite, um menino de 14 anos, torcedor do San Jose, morreu atingido por um morteiro. Ao que tudo indica, o tiro saiu da torcida visitante. A do meu time.
O técnico Tite disse que trocaria o Mundial pela vida do garoto. Não refleti e disse o que não devia. Não li a notícia a fundo e paguei pela infelicidade. Imensa!
Sim, num mundo tão banalizado pela violência, é possível se sensibilizar por uma vida que se perdeu.
A morte trágica deve ser sempre encarada com consternação. Se a pessoa vitimada for jovem, mais ainda. Assim como aconteceu na tragédia de Santa Maria.
Confesso que deveria ter me entristecido mais. Tanto num, quanto noutro. Não aconteceu. E às vezes me sinto desprovido de humanidade.
Acredito na imortalidade do ser. Ainda assim, a solidariedade ante uma experiência dolorosa do outro nos conecta com o mundo. Quem sabe não ajuda a crescer?