quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Presidenta" tá errado!

Não sou muito chegado a coisas que chegam por e-mail. Como jornalista, desconfio de tudo. Ou quase. Detesto correntes e muitas coisas assustadoras parecem obra de mentes pra lá de férteis, mas desprendidas de um senso de realidade.

Nem tudo, porém, é lixo. Arauto do uso correto da língua que me considero, aproveito da onda que combateu o livro "Por uma Vida Melhor" - que, na pior das hipóteses, minimiza o mau uso do idioma pátrio - para espalhar um texto muito interessante, assinado pela professora Miriam Rita Moro Mine, da Universidade Federal do Paraná.

A presidenta foi estudanta?

Uma belíssima aula de português.

Foi elaborado para acabar de vez com toda e qualquer dúvida se tem presidente ou presidenta.

Será que está certo?

Acho interessante para acabar com a polêmica de "Presidente ou Presidenta"

Repassando, gostei da aula,

A presidenta foi estudanta?

Existe a palavra: PRESIDENTA?

Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?

Miriam Rita Moro Mine - Universidade Federal do Paraná.

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante...

Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionarem à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.

Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.

Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".

Um bom exemplo do erro grosseiro seria:

"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta.

Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".

Por favor, pelo amor à Língua Portuguesa, repasse essa informação...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Revendo posições

Eu queria refletir sobre uma coisa...

Vejo algumas pessoas muito de mal com a vida, transformando tudo em uma guerra dos sexos.

Dia desses, saiu na Vejinha uma matéria sobre casais que se conheceram via internet e as várias possibilidades de encontros que a rede possibilita.

Na semana seguinte, uma leitora, num rompante de extrema infelicidade, disse que, nesse serviço, as mulheres procuravam compromisso. Os homens, passatempo. Desgostosas com o mundo, algumas mulheres jogam fora os planos de "encontrar alguém" para viver como lhes convém. Num rompante até de prepotência, gritam para o mundo que um homem não vive sem uma mulher, mas a mulher vive perfeitamente sem um homem.

No lado oposto, uma piada recorrente versa que "quem gosta de homem bonito é outro homem. Mulher gosta é de dinheiro". É humor, mas provavelmente retirado de algum rompante de mágoa. Outros (não sem certa dose de razão) reclamam que elas gostam dos canalhas. Mas, pisadas por eles, tomam todos como se fossem uma coisa só e se vingam nos legais.

O que está acontecendo conosco? Preferimos o espírito competidor, em que necessariamente precisamos ter um rival, ao senso de coletividade, em que nos somamos ao outro para nos completar. Somos capazes de festejar a má sorte de um time com fogos de artifício - como fizeram os corintianos quando o Palmeiras foi rebaixado - ou esfregamos nossa conquista na cara do outro, para lembrá-lo de que "aquele ele não tem" - como fizeram os santistas com os corintianos depois de vencerem a Libertadores.

Às vezes, me vejo enquadrado em algumas dessas categorias. Mas penso que nem sempre os conceitos devem ser os mesmos.