Comandante desta viagem ao passado, Kátia nos convidou a presenciar a obra de Maria Bonomi |
Descobri uma iniciativa muito interessante. Nos fins de semana, o Metrô faz passeios monitorados a pontos importantes do Centro e abriria uma exceção naquela quarta-feira. Fechei o roteiro com o programa especial da CBN que discutiria a São Paulo do futuro e experimentaria o Turismetrô à tarde. O passeio da Liberdade me pareceu bastante promissor.
Quando cheguei ao balcão, próximo às roletas da Sé, era algo como meio-dia e meia. Algumas pessoas já aguardavam. Senhoras, famílias, casais. Funcionários tentavam organizar a fila para não atrapalhar o fluxo. Se durante o dia a cidade não desperta, apenas acerta a sua condição, no feriado ela também não para: apenas diminui um pouco o ritmo.
A São Paulo dos anos 20. Nem sombra do colosso que é hoje |
Na chegada, a estação que tanto conheço pela rotina rumou para um clima diferente. Parecíamos voltar no tempo embalados por uma obra monumental. O mural da artista italiana Maria Bonomi nos embalava nesta viagem. Dividida em três lances, é um tributo à história e aos povos que modelaram esta fascinante cidade. O amarelo representa o povo nordestino; a branca, os imigrantes europeus; o vermelho, a onda histórica que fez São Paulo saltar da irrelevância para o protagonismo na vida brasileira: o café. O local não poderia ser mais apropriado para tamanha homenagem. Na onda migratória e imigratória, todos os povos se encontravam na Luz. E perdiam muitos objetos, também retratados na obra. "Na sessão de achados e perdidos, encontra-se de tudo. Desde chupetas e mamadeiras até dentaduras", conta Kátia.
E os viajantes do tempo saltam do mural pra mais história |
E a misturar eras, os dois rumaram à República. E nós seguimos para a Estação da Luz. Lá novas histórias nos aguardavam.