No horizonte de Copacabana
Guarda-se o tempo em que o Saracura
Fez-se Nenê Nasceu em Mangueira e desaguou águia em Madureira
Madalena subiu o morro e encontrou Teresa
E Bela Vista, tão paulista
Fundiu-se com Lapa, toda revista
No Rio de todos os dias
Trago Sampa junto comigo
Em chamas, a selva se apagou
Com ela, o estupor da violência
O sufocar da ganância
Correu no sangue a dor da mesquinharia
E a decepção escapou pelos trilhos tortos
E tudo se chocou
No espocar das estrelas
No chocar dos planetas
Eu não sou mais o mesmo
O colorido vira aquarela
E o cinza vira baú
O meu mundo acabou
E recomeçou