quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O mais belo apocalipse

E o mundo acabou
No horizonte de Copacabana

Guarda-se o tempo em que o Saracura
Fez-se Nenê Nasceu em Mangueira e desaguou águia em Madureira
Madalena subiu o morro e encontrou Teresa
E Bela Vista, tão paulista
Fundiu-se com Lapa, toda revista
No Rio de todos os dias
Trago Sampa junto comigo

Em chamas, a selva se apagou
Com ela, o estupor da violência
O sufocar da ganância
Correu no sangue a dor da mesquinharia
E a decepção escapou pelos trilhos tortos

E tudo se chocou
No espocar das estrelas
No chocar dos planetas
Eu não sou mais o mesmo
O colorido vira aquarela
E o cinza vira baú

O meu mundo acabou
E recomeçou


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