Cá estou para acabar com o marasmo dessas linhas. Por preguiça do autor, o blog ficou desatualizado. Isso não vai mais se repetir.
Na verdade, eu ia deixar a homenagem de primeiro de julho por mais tempo no ar de propósito, mas acabei me demorando demais.
Algumas coisas aconteceram depois de tanta celeuma. Estou novamente empregado depois de cinco meses de penúria.
Mas eu queria me ater a algo inusual que aconteceu comigo ontem. Como quase sempre faço, faço um longo percurso a pé. Como dessa vez eu não ia pra casa, mas para a Irmandade, caminhei até ponto da Teodoro Sampaio próximo ao Hospital das Clínicas.
Na Doutor Arnaldo, uma equipe da Rede TV, composta de repórter e técnicos, quis que eu desse uma entrevista para um programa ao vivo. Ele perguntaria se eu tinha confiança na polícia.
Enquanto o link não entrava no ar, falei ao repórter, Marcelo (senti-me nanico perto dele. E olha que tenho 1,87 de altura, hein?), que também era jornalista. Falei que fiquei um tempo desempregado, mas estava prestando serviços para a Band.
Quando ele entrou no ar, eu disse que confiava desconfiando dos policiais de São Paulo. Reconheço as melhorias nos indicadores, mas eles precisam avançar muito no respeito aos direitos humanos. Contei de experiências nada alentadoras que tive com policiais que abusaram da autoridade. Da última vez, julgaram-me pela roupa que estava vestido quando andava na rua de casa. E tive de enfrentar uma situação constrangedora. Um deles alegou que "não está escrito na testa" quem é do bem, quem não é.
Aí, o apresentador, Rodolfo Gamberini, pediu para que ele me perguntasse se eu fui vítima de racismo. Respondi que não podia afirmar com absoluta certeza, mas o Brasil vive um preconceito camuflado que não permite um desarmamento de mente.
Marcelo conversou também com outras pessoas... e as entrevistas foram ouvidas por um coronel da PM
Deixei a fachada da Faculdade de Medicina da USP feliz pela oportunidade de desabafar.
2 comentários:
Nada como um desabafo para aliviar a alma e fazer a gente sorrir.
Realmente é muito triste isso. A propria lei brasileira é racista e preconceituosa.
Meus melhores amigos são negros.
Sobre a policia eu sinceramente não confio. Ultimamente não confio nem na sombra. As vezes temos que confiar como obrigação, contra nossa propria vontade.
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