A primeira vez que te vi ao vivo, tinha de ti um conceito mal-construído. Mas, mal entravas ao palco do Teatro Folha, a falsa massa cinzenta foi tomando novas formas e cores.
Te vi enfim verdadeira: simpática, perspicaz e extremamente doce. Todas essas virtudes se misturaram em pouco mais de 140 caracteres no momento em que citavas trecho de "Construção" e num lapso a colocavas na pena de Caetano. Mas não te curvaras ante ao erro e riste de si mesma. "Tá vendo? É o inconsciente falando de Caetano porque ele disse que vota em mim".
Nunca vou me esquecer do efeito que o sorriso teu causou em mim. Da plateia, pude sentir aquela luminosidade me atingir como flecha.
Daí para integrar a campanha foi um pulo. Na entrada da Assembleia Legislativa, você me dava as boas vindas e me ordenava soldado. E o teu discurso na plenária me tomou por completo.
Fui vivendo todos os dias intensamente. Éramos todos fervorosos defensores teus das eventuais agruras da imprensa. De câmera, função que mal cheguei a exercer, passei a cuidar do canal no Youtube e da atualização dos vídeos no site. Veio o Sala de Marina, do qual eu dava uma pequena contribuição nos bastidores. Com o passar do tempo, cheguei até a participar de algumas edições.
Na última sexta-feira antes da eleição, fui ao Viaduto do Chá para a caminhada... que a chuva não deixou acontecer. Só à noite, pude ver a ficha cair. Quando chegavas para receber o nosso aplauso. Quando davas o teu agradecimento, tive um misto de sentimentos conflitantes: felicidade de ter feito parte daquilo; e também uma ponta de tristeza, porque, apesar dos percalços, pude perceber que tudo foi muito bom.
Levei este sentimento até a eleição, quando do teu pronunciamento vencedor. Se não alcançavas o difícil objetivo de ir para o segundo turno, marcavas um território importante na tão combalida alma política brasileira. Tua felicidade constrastava com o esvair da voz. Mas me abraçavas mais uma vez, e aquilo selava o fim de um ciclo.
Obrigado, Marina, por me dar a oportunidade de participar de algo tão grande. De conhecer tanta gente bonita. De partilhar de uma folha da história.
Ainda não acabou. Em 2014, vamos carregar-te mais uma vez. E venceremos de novo.
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