O ônibus parou na Consolação ainda sem previsão de partida. Não pegar o metrô foi péssima escolha. Faz uma conversão para a Alameda Santos e segue em frente, sem convicção. Do jeito que estava, a Vila Mariana parecia um sonho distante.
Desceu antes mesmo de tentar. E cometeu o que seria uma burrice ainda maior: ir a pé até o shopping. A loja fecharia às dez, e o desespero tirou-lhe a capacidade de pensar. Mas até que teve lá a sua compensação; o Natal humanizou a Paulista.
Dá pra calcular, por alto, em uns milhares. Paulistanos de todas as idades em estado de maravilha visitavam o enorme vestíbulo de Papai Noel que descera pouco antes do Masp. A neve temporã no Banco Real e a floresta no Bradesco também atraíam flashes e curiosos.
Isso sem falar nos desenhos em luz no Conjunto Nacional, na Fiesp e em tantos outros edifícios de um centro que se notabilizou por rótulo da cidade: o de um centro de trabalho e finanças. Ainda que longe de representar primores de arte, a Paulista despertou a vontade que São Paulo mostrou de ser mais do que isso - ela já sabe disso, mas ainda padece da reducioníssima alcunha de "cidade do trabalho".
Chegou à Bela Vista a tempo. Porque a loja fechava às onze. No fim das contas, reacendeu as esperanças numa cidade ainda absurdamente caótica e às vezes agressiva e ainda conseguiu fazer as compras que queria.
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