domingo, 24 de fevereiro de 2008

Vitória importante fora de casa

Acosta desencantou. Mas comemorou com a torcida e levou amarelo. Está fora do clássico


Debaixo de um dilúvio, o Corinthians conseguiu um triunfo importantíssimo. Em pleno Moisés Lucarelli, bateu a vice-líder Ponte Preta por 1 a 0.


Em princípio, esperava-se que o time jogaria de maneira mais ofensiva, com Everton Ribeiro armando as jogadas. Não foi o que aconteceu! Mano improvisou Carlos Alberto na lateral direita e colocou Fabinho de segundo volante.

A defesa corintiana foi posta a prova nos primeiros 10 minutos de jogo, pois o time de Sergio Guedes vinha com ímpeto. Principalmente com o bom Renato, que jogava pelo meio e caindo mais pela esquerda, e os laterais - Eduardo Arroz e Vicente - que subiam bastante. Mas a zaga suportou bem a carga dos donos da casa.

A Macaca atacava mais, mas as chances mais agudas vinham do Corinthians. Aos 19 do primeiro tempo, Acosta aproveita cobrança de falta de André Santos e marca. Mas o bandeira Alessandro Arantes - só ele - viu impedimento. Gol pessimamente anulado.

A Ponte ainda teve uma grande chance com Renato, que fez a bola beijar a trave.


Mano voltou para o segundo tempo sem mexer no time. Logo aos 16 minutos, Acosta desencanta. Aproveita ótima jogada de Carlos Alberto pela direita para marcar o gol da vitória. Aliviado, foi comemorar com a torcida. Levou o terceiro cartão amarelo (que estupidez punir comemoração. Mas regra é regra!). Pra piorar, Dentinho, em falta de jogo, foi advertido de forma exagerada e também está fora. Outro que também terá de cumprir suspensão é Fabinho.


A Ponte ainda oferecia perigo, mas Renato não repetia a boa atuação do primeiro tempo. Pra quebrar o ritmo e começar a observar para o clássico, Mano fez duas modificações: Lulinha deu lugar a Heverton e Everton Ribeiro entrou no lugar de Acosta.

O resultado, importante, fez o time chegar ao G4 (falar assim virou moda agora. Que engraçado!). Como já passou para a segunda fase da Copa do Brasil, tem a semana inteira para se preparar para o clássico. Com um aporte de R$ 40 milhões, o Palmeiras trouxe reforços caros, que ainda não surtiram resultado. Alterna bons e maus resultados. Portanto, não há favoritos.

Perdigão deve entrar no lugar de Fabinho e Herrera volta ao time. O grande problema é substituir Dentinho, que vem sendo o jogador mais importante do ataque corintiano. Com isso, Lulinha pode fazer a sua função e Diogo Rincón, em sua estréia, entraria mais recuado.

Vamos ver!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Casa das Rosas recebe Nei Lopes


A Casa das Rosas foi, na última quinta-feira, palco do lançamento de uma obra fundamental para a cultura afro-brasileira: o Dicionário Literário Afro-Brasileiro, do advogado, pesquisador e músico Nei Lopes.

Nascido em Irajá, subúrbio do Rio de Janeiro, Lopes graduou-se bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade Brasil. Mas trocou as leis pela música popular. Mais precisamente, o samba. Teve em Wilson Moreira o seu maior parceiro. E, com ele, deu impulso ao pagode de fundo de quintal.

Cheguei por volta das sete e quinze noite. No caminho da estação Brigadeiro do Metrô, encontrei uma longa fila. Por instantes, achei que era para entrar na casa, ainda um pouco distante. Mas se tratava do público de uma peça de teatro.

Em rápida preleção, Lopes conta que preferiu lançar a obra em São Paulo por encontrar aqui um movimento negro mais organizado do que no Rio. Na obra, está verbetizada uma gama de artistas não apenas afro-descendentes, mas também representantes de outras etnias que escreviam sob a ótica afrodescendente.

Lopes comentou ainda que, em conversa com a esposa, definiu que, em termos de mobilização do movimento negro, São Paulo está para o Rio assim como os Estados Unidos estão para o Brasil. "Lá há cotas em todos os segmentos. Se num filme há um policial de ascendência européia, ao lado dele há um negro."

Depois do discurso, autógrafos e rodas de amigos. Como estava sozinho, aproveitei para conhecer todas as dependências da casa. De arquitetura clássica, inspirada em modelo francês, ela foi projetada por Ramos de Azevedo e concluída em 1935, para servir de morada a sua filha Lúcia, à época casada com o engenheiro Ernesto Dias de Castro. Permaneceu residência até 1986, quando foi desapropriada e tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo. O governo do Estado a reabriu 5 anos depois, como galeria de arte. Em 2004, tornou-se Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. Ganhou o nome de Casa das Rosas porque essa era a flor que mais povoava o seu jardim.

No andar de cima funciona uma pequena biblioteca, uma sala de aula e um terraço, que dá para os Jardins, de costas para a Paulista. Nos belos jardins da casa, obras de arte feitas em letras. No térreo, duas salas. Numa, Lopes dava os seus autógrafos. Outra, do lado oposto à recepção, um pequeno espaço guardava móveis pertencentes a Haroldo de Campos. A força da grana que ergue e destrói coisas belas, como disse Caetano certa vez, não destruiu esta preciosidade. Mas ela precisa de uma reforma em sua parte superior.
Que a Casa das Rosas seja, como quer Nei Lopes, um ponto de irradiação da arte afro-brasileira.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Dentinho faz 3; Lulinha marca o gol número 1

Tá certo! O Barras do Piauí não passa de brisa. Mas os 6 a 0 do Serra Dourada valeu para o combalido Corinthians uma injeção de auto-afirmação. O resultado quebrou outra escrita maldita daquele amontoado de 2007: a última goleada alvinegra aconteceu há mais de um ano, quando aplicou 5 a 0 no Rio Claro.

Foi um dia dos filhos do Terrão - que não existe mais, mas já é eterno. Dentinho fez três! E, mais uma vez, homenageou os pais.

E o Lulinha enfim desencantou! A secura de gols para o garoto cuja multa rescisória vale US$ 50 milhões parecia brigar consigo mesmo. O filho de seu Vanderlei e dona Marli vivia esfomeado, com as pernas vacilantes com a pressão exercida sobre seus jovens ombros. E o destino cansou de ser cruel: deixou uma bola rolar mansa a caminho dos seus pés. Dessa vez ele não perdeu a chance.

Quase me esqueço: antes de marcar o seu, Lulinha serviu Dentinho no segundo gol.

A quarta-feira se mostrou tão especial que presenteou dois desacreditados. O bravo Herrera, sempre entrando bem no time, fez um drible e marcou um belo gol de fora da área. O quinto! Também de fora, o já bastante criticado Marcel - que entrou no lugar de Alessandro no segundo tempo - fechou as cortinas.

Mais uma vez, o time entrou bastante modificado. Dessa vez, também no esquema. Do habitual 3-5-2, passou para o 4-4-2. Mas uma coisa permaneceu igual: como atuou com 3 volantes, André Santos e Alessandro sempre fechavam para a meia para criar as jogadas. Carlos Alberto cobria o lado direito e Bruno Ocrtávio, o esquerdo. Os dois receberam a ajuda de Bóvio, que fez muito bem a função de segundo volante no lugar de Perdigão, machucado.

No segundo tempo, com o placar já construído, Mano colocou Marcel no lugar de Alessandro. Era a resposta às súplicas de parte da torcida, que reclamava do excesso de volantes. O ex-palmeirense ainda não se encontrou tecnicamente, mas mostrou vontade. Depois, foi a vez de Dentinho, consagrado pela torcida, dar lugar a Acosta, ainda bastante inseguro. A última alteração foi a estréia do zagueiro chileno Suárez para a saída de Carlos Alberto.

A goleada classificou o Corinthians automaticamente para a segunda fase da Copa do Brasil. Nestas etapas, o time visitante passa sem a necessidade do jogo de volta se vencer por dois ou mais gols de diferença. O adversário sai do confronto entre América de Sergipe e Fortaleza.


Foto: Terra/Agência Lance

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Bagunça

Pra me manter bem informado, leio duas revistas semanais. Isso se tornou um hábito entronizado em minha rotina.

Uma delas chega com regularidade. Com a outra, fizemos uma mudança na forma de pagamento... e, por algum erro de informação, ela parou de chegar. O atendente diz que as coisas só se normalizam depois da quitação da parcela de fevereiro.

Mas a anterior vencia no fim de janeiro...

Coisas do Brasil

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Futebolísticas

Mano Menezes foi uma grande aquisição do Corinthians.

O homem é muito inteligente.

No Mesa Redonda de ontem, ele mostrou uma incrível lucidez. Ao explicar a expulsão na partida contra o Ituano, ele deduziu que era rescaldo da partida diante do Barueri. Depois de um lance de judô praticado pelo ex-santista Avalos em Lulinha, o árbitro Marcio Prieto Alfieri deu apenas cartão amarelo. O treinador deixou a habitual calma num canto e deixou o espírito de Leão baixar. Chamou Alfiero de "vergonhoso".

Justiça seja feita: ele tava coberto de razão.

No jogo de ontem, Flávio Guerra foi conivente com os gritos de Pintado, mas na primeira birra de Mano - ele disse que o juizão se complicaria dando 4 minutos de acréscimo - mandou-o para fora. O gaúcho deduziu que aquilo era rescaldo do destempero com Alfieri. E não deixa de ser uma análise pertinente.
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Até que enfim um clássico paulista apresentou gols. E, só pra contrariar, o San-São teve logo cinco. E os atuais bicampeões brasileiros venceram por 3 a 2.

E não foi livre de confusões.

Adriano bateu boca, foi expulso e pode pegar um gancho pesado

Fábio Santos empurrou a barreira do Santos no segundo gol

Kleber Pereira fez um, mas perdeu uns quinze... que poderiam fazer com que o resultado do jogo fosse diferente.

Rodrigo Tabata sofreu falta. revidou, reclamou... e também levou cartão vermelho.


E tudo isso ainda vai render por muuuuito tempo.


domingo, 10 de fevereiro de 2008

Fim do jejum de vitórias

Enfim o Corinthians volta a vencer depois de quatro empates consecutivos.

A vitória por 2 a 1 sobre o Ituano tenta apagar uma de tantas marcas desastrosas de 2007. Desde uma vitória temporã sobre o Botafogo no Maracanã o time não conquistava um triunfo no campo do adversário. Isso já faz 6 meses.

Para essa partida, Mano mais uma vez fez mudanças no time. Começou com Bóvio no lugar de Perdigão, e Herrera substituiu Acosta. Carlão foi mantido como terceiro zagueiro flutuante. Assim, Alessandro e André Santos se transformaram em alas. O camisa 5 às vezes trocava de posição com Carlão e se deslocava pela meia-direita.

Logo aos 3 minutos, André Santos cobrou falta na direita e abriu o placar. Com isso, o Ituano passou a sair mais para o jogo. E o Corinthians levava perigo nos contra-ataques.

Na virada para a etapa complementar, Mano fez alterações. Fabinho, ainda fora de forma, deu lugar a Perdigão, que deu um pouco mais de qualidade na bola que sai do meio e vai pro ataque. Mas o time ainda peca na hora de finalizar o lance. Lulinha, intranquilo, desperdiçou muitas chances claras de gol no afã de quebrar logo o jejum de gols. Herrera se movimentou bem... principalmente na marcação, mas ainda não se encontrou no ataque. E deu lugar a Acosta, que ainda procura pela boa fase vivida no Náutico.

Foi num lance de sorte que o Corinthians chegou ao segundo gol. Dentinho recebeu de Lulinha e chutou pro gol. A bola bateu no próprio Lulinha e sobrou para Fábio Fidélis. Só que, aí, ele chutou em cima de seu colega de time, Boiadeiro... daí, foi pra dentro do gol.

Aos 37, uma das poucas falhas da defesa corintiana resultaram no gol de honra do time da casa. Em cobrança de escanteio, Chicão tenta tirar, mas chuta em cima de Lino... e ela entrou.

Apesar de ainda não ter chegado ao ideal de atuação, a equipe conseguiu um resultado muito bom, já que o Ituano - bem armado por Pintado - não havia perdido pra ninguém em seus domínios. E olha que já jogou com Palmeiras (venceu) e São Paulo (empatou).

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sobre a festa do povo

Não me esqueci do carnaval

Falo sobre as escolas de samba no decorrer da próxima semana.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Túnel do tempo!

Meu pensamento voa coisa de 11 anos no tempo, para trás.

Um certo duende vê raptada por uma bruxa toda a sua família. E tem de atravessar ares, florestas e montanhas para salvá-la. Mas não pode desbravar tantos desafios sem ajuda. Inabalável, aconselha: "Não fique nervoso. É mais fácil do que parece."

Lá vai ele; floresta adentro, cheia de armadilhas. Não escapa a uma ratoeira. Mas segue adiante: "Não desanima que o jogo termina."

Vencida a selva, precisa sacar do brevê: um avião está a sua espera. Ao decolar, vê os trilhos de uma velha ferrovia sumir lá embaixo. Num instante, depara-se com um balão vermelho. Desvia a tempo. Mas Maldícia, a bruxa, queria manter inalcançável a sua fortaleza. Enfeitiçava o céu azul com negras nuvens de trovoadas. Mas o pequeno, de novo, superou a adversidade.

Havia um último obstáculo: a montanha. Sem fazer manha, mas já exausto, ele a escala. Enfrenta pedras rolantes e buracos até chegar ao cume.

A perua revira-se de raiva. E não estregar-se-á tão fácil. Ainda lhe resta uma chance. Se ele puxar a corda errada, ela vence. Só que ele conhece as artimanhas de Maldícia. Sabe o que escolher. Humilhado, o monstro é amarrado e jogado longe.
E ele reavê a mulher e os filhos.

Toda essa aventura era ventura diária nas manhãs e tardes daquilo que um dia foi uma parceria entre CNT e Gazeta. Mesmo já no alto dos meus 18 anos, eu permitia que ela entrasse na minha casa. Matheus, irreverente; Vanessa, gentil. Ele criou Matias; ela vivia às turras com um certo Agenor.

A panacéia durou até poucos meses de 96. Ele chegou até à Globo. Ela flertou com Record e SBT. Sempre em novelas.

Foi bom enquanto durou. Obrigado a vocês.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Gosto amargo de derrota

Cá estou de volta depois de ficar longe do carnaval.

Por estar em um lugar com pouca ligação exterior - e nenhuma internet - só soube por alto do zero a zero contra o Mirassol.

Mas assisti à partida diante do Barueri.

Mano improvisou Carlão no lugar de Chicão e deixou o time com três atacantes - nenhum enfiado, porque Finazzi está machucado.

Lulinha e Dentinho jogaram abertos e Acosta vinha mais de trás.

O problema é que o time ainda padece pela falta de um armador de jogadas. Perdigão esteve muito afobado e Fabinho ainda busca a melhor forma. Ponto para Alessandro, que tentava dar mais mobilidade ao meio e era incansável na busca das bolas perdidas.

Apesar da penca de volantes, William era o único zagueiro de ofício. Bruno Octávio atuou mais como primeiro volante puro, o que deixou a cozinha um pouco mais insegura do que nos jogos anteriores.

Com isso, o Barueri chegava com perigo, em boas chegadas de Alberto (aquele que era do Sante, em 2002, fez gol de bicicleta contra o Corinthians no Pacaembu) e Pedrão.

O gol de Avalos foi a prova de que a defesa não estava nos seus melhores dias. Três jogadores do Corinthians estavam na mesma jogada... e não conseguiram evitar o gol. Felipe não teve culpa.

O gol de empate começou a se desenhar pelos pés de André Santos - belíssimo jogador, mas que pode se apresentar um pouco mais. Ele passou cruzado, a bola cruzou a entrada da grande área e encontrou Dentinho, que ainda teve tempo de escolher o canto direito de Renê. Foi tão rente que ela bateu na trave antes de entrar.

O time voltou bem para o segundo tempo. Mas, como o meio não estava bem, a equipe poderia explorar mais as laterais do campo, já que André e Alessandro faziam boas partidas. Não fez isso.

Dou meu ponto para Lulinha, que ainda não jogou tudo o que pode, mas progrediu bastante em relação à partida contra o São Paulo. Fez boas jogadas pela direita e até levou perigo... só precisa finalizar melhor.

Ponto negativo do jogo foi o árbitro. O banana não expulsou Avalos por jogada violenta em Lulinha.

Ainda acho que o Mano poderia testar mais o Everton Ribeiro como meia. Pelo menos nos jogos contra os times pequenos.

... e o Herrera ontem fez jus à alcunha "quase gol". hehehehe