Um certo duende vê raptada por uma bruxa toda a sua família. E tem de atravessar ares, florestas e montanhas para salvá-la. Mas não pode desbravar tantos desafios sem ajuda. Inabalável, aconselha: "Não fique nervoso. É mais fácil do que parece."
Lá vai ele; floresta adentro, cheia de armadilhas. Não escapa a uma ratoeira. Mas segue adiante: "Não desanima que o jogo termina."
Vencida a selva, precisa sacar do brevê: um avião está a sua espera. Ao decolar, vê os trilhos de uma velha ferrovia sumir lá embaixo. Num instante, depara-se com um balão vermelho. Desvia a tempo. Mas Maldícia, a bruxa, queria manter inalcançável a sua fortaleza. Enfeitiçava o céu azul com negras nuvens de trovoadas. Mas o pequeno, de novo, superou a adversidade.
Havia um último obstáculo: a montanha. Sem fazer manha, mas já exausto, ele a escala. Enfrenta pedras rolantes e buracos até chegar ao cume.
A perua revira-se de raiva. E não estregar-se-á tão fácil. Ainda lhe resta uma chance. Se ele puxar a corda errada, ela vence. Só que ele conhece as artimanhas de Maldícia. Sabe o que escolher. Humilhado, o monstro é amarrado e jogado longe.
E ele reavê a mulher e os filhos.
Toda essa aventura era ventura diária nas manhãs e tardes daquilo que um dia foi uma parceria entre CNT e Gazeta. Mesmo já no alto dos meus 18 anos, eu permitia que ela entrasse na minha casa. Matheus, irreverente; Vanessa, gentil. Ele criou Matias; ela vivia às turras com um certo Agenor.
A panacéia durou até poucos meses de 96. Ele chegou até à Globo. Ela flertou com Record e SBT. Sempre em novelas.
Foi bom enquanto durou. Obrigado a vocês.
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