Quem é o artista que desenhou uma obra de arte do tamanho de um jogo de tênis? Pois ele escolheu a ilha de Key Biscane, em Miami, para outra de suas jornadas mais inspiradas, em que se enfrentaram dois oponentes de estirpe: os dois melhores do mundo na atualidade.
No primeiro set, pareceu que Rafael Nadal atropelaria: livrou duas quebras pra cima de Novak Djokovic. Então irregular, o sérvio, se não evitou o revés, ao menos descontou uma. E tomou conta do segundo.
A inspiração do criador veio no terceiro set. Menos pelo tie break do que pelo que levou a ele. Eram verdadeiros titãs que se desafiavam constantemente, em trocas de bolas que aliavam potência a precisão. Cada ponto vencido exigia esforço pra lá de humano. Se Nadal defende atacando, Djokovic precisou de voleios cada vez mais elaborados para impedir as passadas.
Cada troca de bolas visava o ponto. Se Djokovic atacava, o contra-ataque de Nadal vinha mordaz. O sérvio, por sua vez, replicava com igual misto de agressividade e precisão. Já há muito protagonizando o circuito, o "Toro Miura" desde sempre é um atleta que não permite desperdícios, já que sua incrível força física e mental permite poucas brechas. Via de regra, suplanta os rivais com soberania, com o ser quase intacto.
Mas Djokovic cresceu a sua frente. Ao contrário de tantos outros embates, duelou com a mesma envergadura. Evoluiu como tenista - o jogo é mais versátil e a mente não mais se abate ante a adversidade.
Esse novo Nole conseguiu uma proeza: esgotar Nadal. Com a concentração lá em cima, abriu vantagem no desempate e não se preocupou com os lampejos de reação do perigoso espanhol. E enfim se deixou vencer mais uma vez. Ganhador também em Melbourne e Indian Wells, Djokovic ainda não perdeu nenhum jogo esse ano.
Ao que parece, o circuito parece ganhar um novo ator principal, ao passo que Roger Federer experimenta uma fase de total apatia. Descartar o suíço é precipitado, mas Dácio Campos detectou um fato: "Os dois parecem estar em uma categoria diferente".
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