sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Independência do Brasil.

Nunca tive grandes empolgações pelo 7 de setembro. No meu tempo de pequeno, o tão propalado dia da pátria era algo um pouco mais agitado do que hoje. Mas nada que se iguale ao 4 de julho norte-americano, por exemplo.

Já fiz trabalhos "artísticos" sobre a efeméride. Mas, até a quinta série, não fazia idéia do que se tratava. Aos poucos, fui me familiarizando com essa história.

A partir de então, tive uma leve noção. Antes do grito do Ipiranga, o Brasil era uma extensão de Portugal no novo mundo. Os portugueses foram os primeiros a dominar as técnicas de navegação, graças à Escola de Sagres. Com o descobrimento, passaram a vir pra cá os degenerados, que ganharam um pedaço de terra para explorar.

Colônia de exploração funcionava como uma espécie de depósito, de onde a coroa retirava as suas riquezas. Diferente do povoamento inglês que vigorou no Canadá e nos Estados Unidos. Por conta disso, há quem diga que seríamos mais prósperos se tivessemos o mesmo domínio britânico. Ledo engano, porque os gigantes da América do Norte tiveram esse tipo de colonização por não ter nada a oferecer em termos de recursos naturais. Basta ver que Jamaica e Guiana - só pra citar dois - também foram colônias da Inglaterra.

Na economia, viveram-se dois ciclos fortes: o do açúcar e o do ouro. O primeiro teve como mão de obra os escravos africanos, e teve como "mérito" criar os latifúndios: as fazendas funcionavam no esquema de plantation, grandes propriedades que produziam apenas açúcar. Em menor intensidade, respiravam as culturas de algodão e tabaco. Uma incipiência que só agora, e a duras penas, estamos começando a neutralizar. O segundo moldou o desenvolvimento da região Sudeste. Com isso, no século XVIII, a capital mudou-se de Salvador para o Rio de Janeiro.

A Coroa enfrentou várias revoltas ao longo do período. Mas a única com caráter separatista foi a Inconfidência Mineira. Surge o mito Joaquim José da Silva Xavier. O Tiradentes fazia parte de um movimento de notáveis que intentavam trazer para o Brasil os ideais do Iluminismo francês, para que o Brasil se visse livre do domínio português.

O movimento não deu certo. Mas lançou as sementes da independência que daria frutos 33 anos depois. Na prática, o Brasil se desgarrou de Portugal com a abertura dos portos às nações amigas em 1808. Promulgada pelo príncipe regente Dom João, o decreto derrubava o pacto colonial segundo o qual a colônia só poderia exportar para a metrópole.

Reza uma lenda universitária que Dom Pedro I fora aconselhado pelo seu pai a proclamar a independência do Brasil "antes que algum aventureiro o faça". E, há exatos 185 anos, Pedro daria o grito fatal. "Independência ou morte".

De lá pra cá, o Brasil ainda convive com a mazela moral de muitos dos seus governantes, que fazem com que o país ainda fique preso ao atraso. Conviveu com ele da primeira república até o fim da era militar. Ainda caminha a passos lentos para consolidar uma economia se não forte, ao menos resistente aos furacões desse mundo globalizado. A jovem democracia vai criando alicerces, embora ainda sofra golpes aqui e ali.

Temos o que comemorar? Sim. Mas ainda mais para refletir.

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