Na semana passada, uma polêmica tomou conta do noticiário político. Os ministros Ricardo Lewandowski e Carmem Rocha discutiam, via intranet, o voto de um dos colegas - Eros Grau - para definir se os 40 implicados no mensalão se tornariam réus. Eles especulavam se a decisão de Grau estaria atrelada à indicação para a Corte de Carlos Alberto. Ele substituiria o recém-aposentado Sepúlveda Pertence.
A conversa eletrônica foi flagrada pelos flashes d'OGlobo. E é aí que entra toda a celeuma. Alguns reclamaram de invasão de privacidade. Outros acreditam que o assunto tem relevância pública.
Fico com o segundo grupo. Afinal, a sessão foi liberada para a imprensa. Portanto, os vestígios de conversa no particular foram exterminados pelos próprios magistrados. E o assunto em pauta é de interesse geral, por despertar a suspeita de que um dos ministros poderia se ver envolvido numa negociata. Ela não se concretizou. Mas o episódio mostra que mesmo os juízes mais importantes do país devem prestar contas pelo seu serviço, pois ocupam cargos públicos.
É diferente de invadir uma casa e tirar fotos comprometedoras de uma celebridade, em que ela sequer te convidou pra entrar.
Tanto é verdade que o próprio Supremo não chiou.
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