( foto: arcoweb.com.br )
Na última sexta-feira, aventurei-me com minha mãe na Rua 25 de março.
Pra quem não é de São Paulo, trata-se de um conglomerado de lojas e ambulantes que vendem de quase tudo a preços enxutos. Os cariocas têm algo parecido no Saara, que já foi até para a Sapucaí, em 94, pelas mãos da Estácio de Sá.
Mas a 25 está longe de ser um deserto. Nos tornamos uma gota de um oceano de gente. Tudo muito apertado e barulhento. Secundados por um sol de uns 35 graus. É uma dose de feiúra emoldurada por lindas construções, como o Mosteiro de São Bento e o Mercado Municipal.
Onde combinamos de comer um pastel de bacalhau.
Trata-se de uma construção arquitetada entre 1928 e 1932. Idealizado por Ramos de Azevedo - o mesmo do Teatro Municipal e do Palácio das Indústrias - o local tinha como objetivo substituir o mercado existente na 25. Azevedo apostou em ecletismo e numa iluminação natural por vitrais que retratavam a agricultura da época. Suas colunas apresentam os estilos jônico e dórico.
No começo, eram vendidas armas e munições, por causa da revolução constitucionalista. Em 25 de janeiro de 1933, foi finalmente inaugurado. Em 2004, passou por uma restauração.
Lá dentro o clima é arejado, sem a atmosfera estranha que tem pequeno "redondo" enfurnado no Largo da Batata. Se lá dentro o passado desenhado pela arquitetura antiga convive bem com os novos tempos, os vendedores parecem estar parados no tempo: nenhum dos que passamos aceita pagamento por cartão de débito.
Como cliente, senti-me até desrespeitado. Porque quem luta contra essa modernidade perde boas oportunidades de ganhar dinheiro e faz o potencial comprador passar apuros. Numa cidade ainda insegura, é extremamente perigoso ficar carregando dinheiro por aí.
No final, fiquei na vontade.
Espero que os comerciantes de lá repensem seus paradigmas.