domingo, 2 de dezembro de 2007

Que pena, Marcelinho!

Com algum atraso, venho a este espaço para falar de algo que me decepcionou.


Ídolo de boa parte da torcida corintiana, Marcelinho desconsiderou o Mundial conquistado pelo clube em 2000. Os seus títulos favoritos são o Paulista de 95, que quebrou um tabu de 7 anos (quem experimentou 23 nem se importa) e a Copa do Brasil do mesmo ano, porque tornou o Corinthians o primeiro clube paulista a levantar esta taça.

O ex-meia-atacante, com razão, diz que o caminho percorrido pelo clube ao chegar ao título mundial foi diferente dos outros campeões, que vieram depois.
Para aquela competição, foram convidados os campeões da Oceania (South Melbourne - Austrália), Ásia (Al Nassr - Arábia Saudita), África (Raja Casablanca - Marrocos), Europa (Manchester United - Inglaterra), Concacaf (Necaxa - México) e Libertadores (Vasco - Brasil). O Real Madrid participou do torneio por ter sido o campeão intercontinental de 98. O Corinthians entrou no torneio como representante do país-sede. A escolha se deu pela conquista do título de 98.

A campanha da primeira fase foi acidentada. Vencemos o Raja Casablanca por 2 a 0 beneficiados por um erro de arbitragem - a bola do gol de Fábio Luciano não entrou.

Veio, então, o melhor jogo da competição, contra o Real Madrid. Dois a dois, com direito a golaço de Edílson - deu drible da vaca em Karembeu e chutou rasteiro - e pênalti defendido por Dida.

Mas, como estava empatado em pontos com o clube espanhol, o Timão precisava vencer por dois gols de diferença para se classificar no saldo de gols. Se nesse critério houvesse empate, o Real passaria por número de gols marcados (então 8 a 4).

Esta vitória veio com gosto mais do que corintiano. O gol fatal saiu já nos últimos minutos de jogo, pelos pés de Rincón.

Veio, então, a final.

Mais de 20 mil corintianos foram ao Maracanã assistir a um jogo memorável entre dois grandes times. O Vasco de Edmundo, Juninho Pernambucano e Romário contra aquele que iria se acostumar a ser chamado de Todo Poderoso. Às vésperas da partida, Eurico fanfarrão Miranda resolveu provocar, chamando o Corinthians de "freguês".

Foi um jogo de xadrez. Quem respirasse fora do ritmo poderia se dar mal.

Só os pênaltis decidiriam.

E, com Dida, tudo fica mais fácil.

Ele defendeu o chute de Gilberto

Mas Marcelinho - o mesmo que desconsidera o Mundial - fez Hélton viver lampejos de herói.

Então, Edmundo corre, bate... pra fora.

Dida caminhava tranquilamente para o centro. E eu só me dei conta de que o mundo era nosso quando João Guilherme, ótimo narrador do Sportv, anunciava o título.

Travados de despeito, muitos adversários - na maioria são-paulinos - chamam-no "torneio de verão". É uma constestação burra, porque o troféu foi entregue por Joseph Blatter, presidente da Fifa.

- Dizem que, pra conquistar o Mundo, é preciso atravessá-lo (olhe a história das Copas. A única seleção que atravessou o mundo para conquistá-lo foi o Brasil. Os outros títulos não valem, então?)

- O Corinthians foi "convidado" (pode até ter sido, mas a Dinamarca foi convidada a disputar a Euro de 92 e ganhou. É menos campeã do que as outras por isso?)

- Não foi campeão da Libertadores antes disso (é verdade. Mas o regulamento não pedia).

Ao desmerecer o Mundial, Marcelinho se iguala aos adversários. E, com isso, desrespeita a história de um time que defendeu por 8 anos.

Um comentário:

D. Fernandinho disse...

Aí meu amigo, agora é levantar a cabeça e torcer para ter boa participação no Paulistão... Estou mal com o rebaixamento...

abraço