A década de 60 conheceu um grupo de notáveis absolutamente fantástico no que faziam. Entre eles, um rei. Uma orquestra de harmonia impecável, cujo spalla vinha de outro mundo.
Os músicos, muito jovens, vieram de diferentes partes do país. Com a referência de tantos artistas mais experientes, foram acertando o que seria a mais bela reunião de artistas que já se viu.
Quebrava até o protocolo. Enquanto as sinfonias habituais se vestiam de preto, esta geralmente usava branco. E mesmo a platéia mais exigente aplaudia de pé. Alguns entusiastas mais jovens só tinham olhos para o solista. Mas havia também o violoncelista, que se posicionava do lado esquerdo. De sonoridade vigorosa e potente. O clarinetista da linha de frente, mais sutil do que seus pares. Um tocador de harpa veloz, do lado oposto ao homem do violoncelo. E um discreto violista, oposto ao spalla.
Na parte de trás, tubas, trompetes e percussões davam a segurança necessária. No meio deles, o maestro, bravo como nunca, fazia com que aquele grupo de notáveis atuassem em conjunto.
E conquistaram juntos os palcos do mundo inteiro. Embasbacou Benfica e Milão. E, embora paulista, se viu nos braços do Rio.
Essa orquestra, que não vi tocar, é o tão decantado Santos de Pelé, a mais famosa hegemonia do esporte brasileiro.
Para compensar essas tantas histórias que não vivenciei, um novo grupo de notáveis reproduz tamanho domínio nos nossos dias: a seleção masculina de vôlei.
Uma orquestra menor, mas não menos afinada. Giba é o artista completo. Defende, passa e ataca do fundo. Gustavo é o central vigoroso, que bate rápido, bate forte e ergue uma quase intransponível muralha sobre os adversários. Rodrigão, o outro jogador de meio, é mais cerebral, de saque maroto e ataque veloz. O hábil Sergio vai como um raio nas bolas que passam pelo bloqueio. Dante faz um inferno das defesas oponentes. E André Nascimento, o canhoto do time, faz das jogadas difíceis o seu triunfo. Regidos pelo mais louco maestro de que se tem notícia: Ricardinho.
Todos unidos pelo rígido controle do diretor artístico Bernardinho.
Essa trupe traz consigo inúmeros troféus: seis Ligas Mundiais consecutivas, um Mundial, um ouro olímpico e um pan-americano.
E é muito raro vê-los desafinar.
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