No post "Saretta volta a encarnar a fênix", reclamei que, nas listas dos caras mais bonitos do Pan não figurava nenhum atleta negro. Estavam presentes Giba (vôlei), Bruno (handebol), Murilo (basquete), Lucas Vita (pólo) e o norte-americano Thomas Hopkins. No Terra, figuravam nomes como André Heller, Flávio Saretta, Gustavo Borges...
Todos brancos.
Achei que fosse o único. Mas ganhei o eco do ator Lázaro Ramos.
"Continuamos 'arianistas' no nosso inconsciente e no nosso subconsciente. E até gritantemente no nosso consciente."
É por aí, mesmo. A beleza que se desenha no imaginário brasileiro tem traços europeus. Nas revistas especializadas, pouquíssimo se vê como modelos homens e mulheres negros. Surgiu a revista Raça para mudar isso. E muitos a tacharam de racista.
Se perguntarmos às mulheres quem são os belos da bola, aparecerão na ponta da língua os mesmos estereótipos. Com os homens, isso não ocorre tanto. A beleza de mulheres como Camila Pitanga e Taís Araújo é indiscutível.
Pode parecer um assunto banal, mas este é o tipo de coisa que diz um pouco da identidade de um país. Neste aspecto, reina no ar boa dose de hipocrisia. Não admitimos o ranço aos "diferentes". Mas o temos.
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