domingo, 29 de julho de 2007

O Pan chega ao fim

Terminou a 15ª edição dos jogos Pan-Americanos. Com um saldo amplamente favorável ao país. Primeiro, pela organização, muito elogiada por jornalistas e atletas estrangeiros. A única bola fora aconteceu na cidade do rock, com os campos de softbol e beisebol. Um campo lamacento, estruturas frágeis e falta de proteção à torcida das boladas.

Alguns setores da torcida também vacilaram. No judô, o tempo fechou bonito. Uma decisão discutível da arbitragem deu o ouro à cubana Sheila Espinoza sobre a brasileira Érika Miranda. O treinador cubano resolveu provocar a torcida. E a briga se instalou. Sem contar que, na ginástica artística, há quem diga que o ouro de Mosiah Rodrigues se viu manchado pelas vaias da torcida aos seus concorrentes, que acabaram por cometer erros.

É preciso não perder de vista que o gaúcho é um lutador. Antes da ascensão de Diego Hipolyto, viajava sozinho para as competições. E merecia um prêmio pela perseverança.

Mas a torcida fez bonito, também. Na ginástica rítmica, a canadense Alexandra Orlando deu o azar de ver a sua fita se desfazer. Improvisou, e arrancou aplausos da torcida... que pediu que a moça tivesse uma nova chance.

DESEMPENHO

Ainda não deu pra tirar o segundo lugar de Cuba. Mesmo assim, a figura feita pelos anfitriões foi melhor do que se esperava. Queria ficar na frente do Canadá, eterno adversário na disputa pelo terceiro lugar. E conseguiu com folga: quinze medalhas de ouro de diferença.

EUFORIA

Que não podemos nos iludir com as vitórias, eu já estava careca de saber. Mas a grande função do Pan é revelar potenciais ídolos do esporte - que deverão provar o seu valor em competições maiores. E foi o que aconteceu.

- No taekwondo, queríamos ver Natália Falavigna. Ela bem que foi pra final, mas perdeu nos segundos finais. Acabamos por reverenciar Diogo Silva, o primeiro ouro do Pan.
- Na natação, os olhos estavam voltados para Thiago Pereira, Kaio Marcio e Rebeca Gusmão. Eles confirmaram todas as expectativas. Mas quem roubou a cena foi Cesar Cielo, que, nos 50 metros livre, ficou a apenas 2 décimos do recorde mundial.
- Na ginástica, a linha de frente era formada por Diego e Daniele Hipólyto... e pela expectativa acerca da participação de Daiane dos Santos. Mas o coração dos brasileiros foi arrebatado por uma prata da casa: Jade Barbosa. Que, em menos de 24 horas, chorou, sorriu e conquistou.

É por essas e tantas outras que o Pan do Rio não passará incólume na memória esportiva brasileira.

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