Senhores esportistas e amantes do esporte
Quero dizer que esses 16 dias foram para mim muito especiais. Mesmo que muitos de vocês insistam em ressaltar a minha pequenez diante da nave-mãe Olímpia. Não faz mal. O importante é que emoções eu vivi.
No entanto, esse nome que vocês me deram - Pan - é curto demais para a minha importância. A bem da verdade, sou um só, mas tenho várias identidades ao mesmo tempo.
Me chamo Saretta, a fênix que ressurgiu de tantos match points. Venci a mim mesmo e garimpei o ouro. Sob as bênçãos da raça de Fininho. Sou, ao mesmo tempo, Franck, a caldeira fervente. Todos esperavam Vanderlei, mas disparei e levei a maratona. Como Poliana, acreditei que tudo daria certo. Por um braço, quase deu.
Quero dizer que esses 16 dias foram para mim muito especiais. Mesmo que muitos de vocês insistam em ressaltar a minha pequenez diante da nave-mãe Olímpia. Não faz mal. O importante é que emoções eu vivi.
No entanto, esse nome que vocês me deram - Pan - é curto demais para a minha importância. A bem da verdade, sou um só, mas tenho várias identidades ao mesmo tempo.
Me chamo Saretta, a fênix que ressurgiu de tantos match points. Venci a mim mesmo e garimpei o ouro. Sob as bênçãos da raça de Fininho. Sou, ao mesmo tempo, Franck, a caldeira fervente. Todos esperavam Vanderlei, mas disparei e levei a maratona. Como Poliana, acreditei que tudo daria certo. Por um braço, quase deu.
Sou o Thiago de tantos Thiagos. Monteiro, fui esteio da glória do velho mestre Hoyama. Pereira, fiz todo o mundo comer poeira. Camilo, transformei o caminho suave em música. Todos os oponentes dançaram bonito. E o canto que se ouviu daquele bravo Flávio foi o de guerra. Se é pra sucumbir, que seja com luta. Mas assumi outras identidades vencedoras, como Derly, Edinanci e Danielle. Em outro tatame, chorei como Natália, que viu o ouro tão de perto... e ele escorreu pelas mãos. Das piscinas, dou a Cesar o que é de César: el cielo, que pertence também a Rebeca.
No atletismo, pai do espírito olímpico, ganhei nomes pouco usuais. Maurren, incansável, não arrefeci ante tantas provas e experimentei a redenção. Keila, em meu brilho prateado, glorifiquei uma trajetória de futuro. Na pele de Hudson, me tornei a fera traiçoeira dos mil e quinhentos. Mansa no início, implacável no final. Em Jadel, do primeiro salto, vi os oponentes de binóculo. Ve vesti também de Sabine que, como Maurren em Winnipeg, saltou as barreiras como se vencesse a vida. Marílson, o senhor das ruas de Nova York, não venci. Mas convenci.
Mas sou também Fábio e Fabiana, esses voadores maravilhosos. Me chamei, ao mesmo tempo, Vicente, Rafael, Basílio e Sandro, um misto de orquestra e velocidade. Como fui Juliana Gomes. Com Hudson, ela fez os mil e quinhentos ser território nacional.
Meu nome é Yane. Para dar o fruto de um trabalho de quatro anos, me dividi em cinco. Fui amazona e espadachim. Corri, nadei e atirei. Já sob a égide de Marcel Sturmer, deslizei.
Já da alcunha Janeth, devo me despedir. Aos 38 anos, é uma pena que o último vestígio da Era Hortência/ Paula tenha saído de cena com derrota.
E sou Chana. Ei! Não é nada disso que você está pensando. Este é o nome da goleira do handebol bi-dourado. Como também sou Bruno, Souza e Santana, e Maik. Mais uma vez, botamos a Argentina de joelhos. Todos verdadeiros gigantes. Como Falcão e companhia. Conosco, mais ninguém viu a cor da bola. E, no heróico pólo aquático, me senti Pará.
De outros nomes, sequer cheguei a usufruir. Ricardinho, o maestro do vôlei, foi barrado no último instante. Jacqueline levou gancho por doping. Luis Marcelo, o Lulinha, bem que tentou brilhar. Mas a maior idade dos equatorianos não permitiu. Como não pude me apropriar de nenhum nome do vôlei feminino. A grandeza do time de Paula Pequeno depende de anteparo psicológico. E, de novo, ele as abandonou. Como também não pude ser Daiane, que se machucou.
Sou Diogo e Diego. Pantera negra, abri com os pés o caminho dourado. Como desenhei o próprio corpo no ar para vencer. Assim como o guerreiro Mosiah.
Mas nada me orgulhou tanto quanto encarnar uma pequena pedra preciosa. Prata da casa, qual pérola me vi ferida. Chorei! Mas não me entreguei. Qual diamante, me lapidei. Sorri. De um salto, virei ouro. Como Diego, decolei para fazer arte no céu. Como Diogo, logo cedo me vi privada de um ente querido. Como Maurren, dei a volta por cima. Do alto de meus 16 anos, Jade é a síntese de tudo.
São tantos eus e vocês que fizeram a minha memória. Peço milhões de desculpas por não citar todos os meus 659 nomes. Mas agradeço por ter sido, aos vossos olhos, um pouco de consolo e alegria. Como um certo presidente de vocês, saio da vida e abro as portas da história. A gente se vê lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário