quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

25 de março em 21 de dezembro

O Lindo mercado municipal. Pena que alguns comerciantes de lá estejam parados no tempo.
( foto: arcoweb.com.br )


Na última sexta-feira, aventurei-me com minha mãe na Rua 25 de março.


Pra quem não é de São Paulo, trata-se de um conglomerado de lojas e ambulantes que vendem de quase tudo a preços enxutos. Os cariocas têm algo parecido no Saara, que já foi até para a Sapucaí, em 94, pelas mãos da Estácio de Sá.


Mas a 25 está longe de ser um deserto. Nos tornamos uma gota de um oceano de gente. Tudo muito apertado e barulhento. Secundados por um sol de uns 35 graus. É uma dose de feiúra emoldurada por lindas construções, como o Mosteiro de São Bento e o Mercado Municipal.


Onde combinamos de comer um pastel de bacalhau.


Trata-se de uma construção arquitetada entre 1928 e 1932. Idealizado por Ramos de Azevedo - o mesmo do Teatro Municipal e do Palácio das Indústrias - o local tinha como objetivo substituir o mercado existente na 25. Azevedo apostou em ecletismo e numa iluminação natural por vitrais que retratavam a agricultura da época. Suas colunas apresentam os estilos jônico e dórico.


No começo, eram vendidas armas e munições, por causa da revolução constitucionalista. Em 25 de janeiro de 1933, foi finalmente inaugurado. Em 2004, passou por uma restauração.


Lá dentro o clima é arejado, sem a atmosfera estranha que tem pequeno "redondo" enfurnado no Largo da Batata. Se lá dentro o passado desenhado pela arquitetura antiga convive bem com os novos tempos, os vendedores parecem estar parados no tempo: nenhum dos que passamos aceita pagamento por cartão de débito.


Como cliente, senti-me até desrespeitado. Porque quem luta contra essa modernidade perde boas oportunidades de ganhar dinheiro e faz o potencial comprador passar apuros. Numa cidade ainda insegura, é extremamente perigoso ficar carregando dinheiro por aí.


No final, fiquei na vontade.


Espero que os comerciantes de lá repensem seus paradigmas.

O Natal

Cá estou eu depois de um excelente natal.

Esta é uma festa que Papai Noel e os presentes devem ter um lugar cativo. Mas o dono da festa tem de ser Jesus.

Lembro-me de que, quando era pequeno, morria de medo do tal velhinho de vermelho. Me assustava com aquela barba branca, quando soube, num acesso de choro, de que se tratava apenas de uma lenda.

Anos antes - essa quem lembra são os meus pais - ganhei uma bicicleta Monark vermelha, daquelas dobráveis. Eu teria acordado na manhã do dia 25 e dito: "Papai Noel trouxe a minha bucicleta".

Por falar em bicicleta, já presenciei uma cena das mais tristes na noite de natal. Dessa vez, um pouco mais crescido. O marido da dona Terezinha, vizinha da Irmandade, se vestiu de Papai Noel. E a magia do momento foi incrível. Até que veio uma bicicleta. Os olhos de um dos meninos brilharam. Mas não era para ele. O seu mundo veio abaixo. E, para ele, aquele natal poderia não existir.

À medida que vamos crescendo, nossas expectativas de presentes se tornam diferentes. Anseamos por sucesso profissional e pessoal. Mas antes de tudo também queremos saúde para seguir em frente.

Que todos nós tenhamos nos banhado pelas emanações de Jesus. Seja ele menino ou adulto.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A sabedoria dos deuses do esporte

Os deuses do esporte presentearam o Brasil com um banho de sabedoria.

A vice-campeã mundial Marta, já havida como a maior jogadora de futebol de todos os tempos (ainda é cedo, ainda é cedo) concorreu com Jade Barbosa ao Prêmio Brasil Olímpico de Melhor Atleta Feminina de 2007. Houve quem apostasse nela para a vitória.

Marta havia ganho, horas antes, o prêmio da Fifa de melhor jogadora do mundo no ano. Numa celebração pra lá de brasileira em Zurique, com Kaká, Buru e Pelé, que seria homenageado com a medalha que não fora receber do mundial de 63, já que estava machucado. Isso porque eu nem falei do terceiro lugar de Cristiane. As ovelhas estrangeiras da festa foram a campeã mundial Brigitte Prinz, que ficou em segundo, o argentino Messi, cuja decisão de comparecer se deu na última hora, e o português Cristiano Ronaldo - ah, mas português é um quase brasileiro, né? Então não conta. rs

Enquanto isso, Jade levou o Prêmio Brasil Olímpico, coroando o sexto título da ginástica artística entre as mulheres. E, é claro, chorou. Naquela maravilhosa autenticidade terna que lhe é tão cara.

E aí reside a sabedoria dos deuses. Por tudo o que fez no Pan e em Stuttgart, seria de uma crueldade atroz a pequena jóia fechar o ano sem levar um prêmio sequer.

Por aqui, só restou a Marta o troféu de melhor atleta do futebol. Mas lá ela obteve a sua maior vitória, o que evidencia a supremacia de popularidade do futebol perante os outros esportes.

Apesar da evolução causada pela chegada do ucraniano Oleg Ostapenko, brilhar na ginástica é mais difícil do que no esporte bretão.

Como nem tudo é perfeito, entre os homens havia três monstros. Thiago Pereira, o destruidor de recordes, Tiago Camilo, o monstro dos sete ippons, e Diego Hypolito, solista maior de uma orquestra ainda em ascensão.

E a vitória coube a Pereira. Restou a Camilo e Diego os troféus por modalidade.

A Fabiana Murer, valeu a indicação. Não levou prêmio nenhum, porque Jadel Gregório ficou com o prêmio no atletismo. Ela tem bala pra chegar muito longe. Mas este ainda não foi o seu ano. Torcemos para que ela termine 2008 com mais condições de vencer.
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TROCADILHO: O último bloco do Bem Amigos, do Sportv, promoveu um jogo de palavras. estavam lado a lado o gigante do salto triplo e a "princesinha" da ginástica. Jadel, um gigante degro de mais de dois metros, e Jade, de 1m52 de altura. Pra você ver que diferença faz um "L".

Algumas frases do programa:

"Nesse período, eu tive dois filhos. E, tendo de acordar no meio da noite, o rendimento não caiu. Então, agora eu optei por não ter filhos." (Jadel)

"Eu assitia à televisão de cabeça pra baixo. A minha parede está cheia de pés". (Jade)

"Dez dias de adaptação ao fuso já são suficientes. Mas, antes, eu vou pra Europa." (Fabiana Murer, sobre o planejamento para a viagem a Pequim).

"Com dor eu não funciono. Já tô com um probleminha no joelho que demora a passar. Tô tendo de tomar infiltração." (Maurren Maggi, melhor atleta de 99).

"Vou ao Japão para competir e também para treinar." (Tiago Camilo).

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Torcidas

Nas semanas posteriores ao fim do Campeonato Brasileiro, a Globo veiculou em seu site uma enquete sobre as melhores manifestações de torcida. Cada forma de torcer desnuda um traço de personalidade do torcedor de um time.
É interessante observar o quanto flamenguistas e corintianos são parecidos. São os donos das manifestações mais emocionantes. Os rubro-negros fizeram uma letra para a volta da vitória:
"Eu sempre te amarei
Onde estiver, estarei
Ó, meu Mengo
Tu és time de tradição
Raça, amor e paixão
Ó, meu Mengo"
É uma festa incrivelmente linda, que tem como realce a acústica do Maracanã e as bandeiras com mastros.
Já a Fiel, mesmo sofrendo a humilhação máxima - o rebaixamento - não desistiu do pior Corinthians de todos os tempos. Como mostra o canto inspirado nas torcidas argentinas:
"Aqui tem um bando de louco
Louco por ti, Corinthians
Àqueles que acham que é pouco
Eu vivo por ti, Corinthians
Eu canto até ficar rouco
Eu canto pra te empurrar
Vamovamo, meu Timão
Vamo, meu Timão
Não pára de lutar"
Cantos de palavras fortes que, entoados em casa cheia, calam fundo na alma. Mostra de torcedores que amam os seus clubes e sua história. Flamenguistas, mais artistas. Corintianos, mais guerreiros.
Diferente disso, torcedores do atual campeão brasileiro incorporaram o pragmatismo europeu do clube que torcem:
"Vailavailavailá!!!
Vai lá de coração!
Vamo, São Paulo! Vamo, São Paulo.
VAMO SER CAMPEÃO"(sic)
Óbvio que há são-paulinos apaixonados. Eu, mesmo, conheço muitos. Mas eles são incomparavelmente menos emocionantes do que os torcedores dos dois times mais populares do país.
Outra faceta guerreira vem da torcida do Grêmio, que incorporou a avalanche dos argentinos. Os tricolores gaúchos deram um show na Libertadores, mas não repetiram a dose no Brasileiro. Na última rodada, contra o Corinthians, eles só se levantavam quando o Grêmio atacava. Ou quando o Goiás fazia gols, o que resultaria na queda corintiana.
Eis aí outra diferença dos populares para os outros: tiram sarro dos adversários e torcem contra eles, mas o amor por seus times é muito mais forte.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Desconsolo

Nunca imaginei que fosse assim
Enclausurado numa prisão
Condenado a eterna mediocridade

Parece que as portas se abrem em esperança
Que nada! Pura miragem.

Um dia, sonhei com obra-prima
E a realidade é arte fosca, batida, opaca
E nela estaria a chave de tudo

Pra que viver assim?
Por vezes preferi não entrar no claustro.

E tantas vezes, ânsia por dele sair.

Um dia, caio de tristeza e ainda sou expulso da luz
Noutro, o dos anos, surge uma fresta de esperança

Que logo se apaga!

Cá estou eu, no claustro, de novo.
Ora tentando sobreviver
Ora querendo morrer

Obrigado por tudo, vida

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Ano 31 da era "Felipiana"


Hoje, meu mundo dá 31 voltas em torno do Sol.


É dia de pensar no que passou com nostalgia, mas sem vontade de voltar.


Capitalizar o hoje, e preparar os passos para o amanhã.


É tomar ciência do bem precioso que a vida é.


E usá-la da melhor forma possível.


Muito obrigado a todos que passaram e passam por esta porta que deixo aberta. E fizeram com que eu me sentisse mais elevado.


Aos que fizeram e fazem mal... Deus vos acompanhem, também.


Que eu seja cada vez mais sábio e inteligente para tomar o rumo certo.


Abraços a todos os amigos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Uma vez Flamengo...




Apesar de toda a decepção pela queda do Corinthians à Série B, veio um alento de onde eu menos esperava.

No site do Flamengo, dirigentes e torcedores deram mensagens de apoio

Tá aqui a mensagem

“Chagas abertas, Sagrado Coração todo amor e bondade, o sangue do meu Senhor Jesus Cristo, no corpo meu se derrame hoje e sempre. Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me exerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal.”

No esporte um dia vencemos e no outro perdemos.
O Corínthians será sempre um grande clube, não importando se o momento é favorável ou não.
O Clube de Regatas do Flamengo gostaria de, neste momento de tristeza, expressar sua admiração e solidariedade a sua diretoria e sua imensa torcida. É na hora da dificuldade que conhecemos os amigos.

Confesso que me emocionei. E o respeito que eu sempre tive por este maravilhoso clube se transformou em admiração ainda maior.

Torcedores corintianos entraram no site do rubro-negro em agradecimento. E a razão de tudo isso é bem simples. A paixão que ambas as torcidas nutrem pelos seus times. E os espetáculos inigualáveis que elas fazem em suas respectivas arquibancadas.

Há entre os dois clubes uma identificação muito forte. Nos últimos tempos, a amizade sofreu certo abalo. Uma boba rivalidade para saber quem é o mais querido do Brasil.

Nem o corintiano mais fanático nega que a nação rubro-negra é mais numerosa.

Mas é a paixão às vezes exacerbada o que une essas duas massas. E é esse sentimento que faz do flamenguista quem melhor no Brasil entender o sofrimento alvi-negro.

Obrigado, Flamengo!

E parabéns pelo prêmio de melhor torcida. É, mais do que nunca, merecido.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Tristeza. Mas vamos em frente

Estou triste...

Mas não há queda que me faça desistir

Obrigado, Fiel.

Não merecemos o time que tivemos esse ano.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Que pena, Marcelinho!

Com algum atraso, venho a este espaço para falar de algo que me decepcionou.


Ídolo de boa parte da torcida corintiana, Marcelinho desconsiderou o Mundial conquistado pelo clube em 2000. Os seus títulos favoritos são o Paulista de 95, que quebrou um tabu de 7 anos (quem experimentou 23 nem se importa) e a Copa do Brasil do mesmo ano, porque tornou o Corinthians o primeiro clube paulista a levantar esta taça.

O ex-meia-atacante, com razão, diz que o caminho percorrido pelo clube ao chegar ao título mundial foi diferente dos outros campeões, que vieram depois.
Para aquela competição, foram convidados os campeões da Oceania (South Melbourne - Austrália), Ásia (Al Nassr - Arábia Saudita), África (Raja Casablanca - Marrocos), Europa (Manchester United - Inglaterra), Concacaf (Necaxa - México) e Libertadores (Vasco - Brasil). O Real Madrid participou do torneio por ter sido o campeão intercontinental de 98. O Corinthians entrou no torneio como representante do país-sede. A escolha se deu pela conquista do título de 98.

A campanha da primeira fase foi acidentada. Vencemos o Raja Casablanca por 2 a 0 beneficiados por um erro de arbitragem - a bola do gol de Fábio Luciano não entrou.

Veio, então, o melhor jogo da competição, contra o Real Madrid. Dois a dois, com direito a golaço de Edílson - deu drible da vaca em Karembeu e chutou rasteiro - e pênalti defendido por Dida.

Mas, como estava empatado em pontos com o clube espanhol, o Timão precisava vencer por dois gols de diferença para se classificar no saldo de gols. Se nesse critério houvesse empate, o Real passaria por número de gols marcados (então 8 a 4).

Esta vitória veio com gosto mais do que corintiano. O gol fatal saiu já nos últimos minutos de jogo, pelos pés de Rincón.

Veio, então, a final.

Mais de 20 mil corintianos foram ao Maracanã assistir a um jogo memorável entre dois grandes times. O Vasco de Edmundo, Juninho Pernambucano e Romário contra aquele que iria se acostumar a ser chamado de Todo Poderoso. Às vésperas da partida, Eurico fanfarrão Miranda resolveu provocar, chamando o Corinthians de "freguês".

Foi um jogo de xadrez. Quem respirasse fora do ritmo poderia se dar mal.

Só os pênaltis decidiriam.

E, com Dida, tudo fica mais fácil.

Ele defendeu o chute de Gilberto

Mas Marcelinho - o mesmo que desconsidera o Mundial - fez Hélton viver lampejos de herói.

Então, Edmundo corre, bate... pra fora.

Dida caminhava tranquilamente para o centro. E eu só me dei conta de que o mundo era nosso quando João Guilherme, ótimo narrador do Sportv, anunciava o título.

Travados de despeito, muitos adversários - na maioria são-paulinos - chamam-no "torneio de verão". É uma constestação burra, porque o troféu foi entregue por Joseph Blatter, presidente da Fifa.

- Dizem que, pra conquistar o Mundo, é preciso atravessá-lo (olhe a história das Copas. A única seleção que atravessou o mundo para conquistá-lo foi o Brasil. Os outros títulos não valem, então?)

- O Corinthians foi "convidado" (pode até ter sido, mas a Dinamarca foi convidada a disputar a Euro de 92 e ganhou. É menos campeã do que as outras por isso?)

- Não foi campeão da Libertadores antes disso (é verdade. Mas o regulamento não pedia).

Ao desmerecer o Mundial, Marcelinho se iguala aos adversários. E, com isso, desrespeita a história de um time que defendeu por 8 anos.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Jusiça Final

A Warner resolveu aguçar o meu sentido de nostalgia. Acabo de rever um dos seriados mais legais que a Globo passava no início da década passada: Justiça Final. Ou, no original, Dark Justice.

O juiz Nicholas Marshall (Ramy Zada em 91 e Bruce Abbott em 92 e 93) acreditou no sistema até sua mulher e filha serem assassinadas na explosão de um carro. "Deixei de acreditar no sistema e passei a acreditar... ja justiça". Desde então, comanda uma equipe que caça os figurões que escapam das garras do tribunal. Jericho Gibson, o Gibbs (Clayton Prince), é o "engraçadinho" do time. Mulherengo e fanfarrão, está sempre metido em alguma encrenca. Dick O'Neill é Arnold "Moon" Milles, que fica com o papel de "mestre" um tanto rabugento.

Durante a temporada, a cadeira feminina da série foi ocupada por três atrizes. Begoña Plaza fez Catalina Duran. Viviane Vives foi a catalã Maria Martí. E Kate Cochrane foi interpretada por Janet Gunn.

A segunda temporada da série aconteceu em Barcelona. Depois da morte de Cat, ao final da primeira temporada, apareceu Maria. E Zada deu lugar a Abbott.

Marshall é uma versão menos sofisticada de Batman, que faz da perda da família uma bandeira na caça de bandidos. Bruce Wayne, no começo, era bem mais sombrio. Batman era sombrio e dotado de uma dose cavalar de violência, suavizada principalmente por Holywood. Moon seria um Alfred mais engajado. Gibbs é uma mistura de Robin mais crescido com Coringa mais bonzinho. Cat, Maria e Kate não chegam a ter romance com Nick. Mas há entre elas e ele uma tensão no ar, que nunca chega a explodir. Fazem, assim, contraponto com a mulher com quem Wayne jamais se casará.

Todos à caça de seus Pigüins e Charadas. Beneficiados pela deficiência visual da justiça, ao serem absolvidos deixam o tribunal com um aviso:

"A justiça pode ser cega, mas enxerga no escuro".

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Torcida rubro-negra ganha prêmio. Mas Fiel não fez por menos em 2007

A torcida do Flamengo vai receber da CBF o prêmio de melhor torcida da temporada.

Se forem levados em conta os recordes de público, a premiação é justa. E as festas feita pelos rubro-negros no Maracanã tem sido, de fato, muito bonitas.

A torcida flamenguista merece todos os aplausos. É, de fato, uma das mais vibrantes do país.

Mas continuo batendo na tecla do post anterior...

A fiel corintiana não deixou - nunca - a dever.

E, nesse ano, não foi diferente. E mais:

Fez bonito justamente no momento em que o gigante mais precisava. Pois enfrenta a maior expiação de sua vida. Tudo resgate das barbeiragens cometidas pelos seus antigos cartolas.

O único bônus dado pela tal MSI foi o título brasileiro. E olhe lá, porque ainda suscita discussões. Depois, só ônus, que culminou com tamanha catástrofe.

Por outro lado, é justamente tal desespero que fez despertar a maravilha do corintianismo. Ao contrário do que aconteceu com o Palmeiras em 2002, a torcida acordou antes de consumada a tragédia. Compareceu aos treinos não para fazer cobranças, mas no intuito de dizer: "Ei, estamos com você"

Cantou e jogou junto com o time o tempo todo. Com cantos que evocam uma força quase divina.

Eu vivo por ti. E nunca vou te abandonar.

Os rubro-negros, mesmo no início ameaçados pelo rebaixamento, foram se recuperando também porque sua diretoria soube reforçar o time. A qualidade subiu, e o Flamengo já está na Libertadores.

Muito mais inglória foi a missão corintiana, condenada a um "faz-me rir" piorado.

Portanto, sigo batendo na mesma tecla. O verdadeiro show deste ano, a meu ver, foi da Fiel.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Fiel dá show. Time se esforça. Mas não evita a derrota


Tive muita vontade de ir ao Pacaembu ontem para dar a minha contribuição ao Corinthians contra o rebaixamento. Não deu. Os ingressos se esgotaram em menos de um dia.

E a Fiel torcida não fez por menos. Lotou o Paulo Machado. E jogou junto com o time até o fim.

"Eu nunca vou te abandonar. Porque eu te amo."

Como era de se esperar, o Corinthians sufocou o Vasco. Mas os cariocas, ligeiramente melhores em termos de elenco, suportaram bem a pressão. E os onze de branco tentavam ir além de seus próprios limites. Embalado pela energia vibrante da torcida.

"Aqui tem um bando de louco. Louco por ti, Corinthians"

O lindo canto inspirado nas torcidas argentinas, contagiava os jovens jogadores. Everton Ribeiro, o lateral-esquerda, era o melhor deles. Projetava, cruzava, chutava. Lulinha, mesmo não jogando tudo o que realmente sabe, entregou-se como nunca se viu. Dentinho decepcionou. Firulou demais e produziu pouco.

O Vasco chegou menos, mas com bastante perigo. São Felipe salvou com as mãos e Fábio Braz mandou o perigo pra longe da área.

E Cássio defendeu uma cabeçada de Fábio Ferreira. Como eles dizem lá... tinha endereço certo.

No segundo tempo, o tudo ou nada. Abriram-se os espaços.

Até que Guilherme avança por um flanco deixado na esquerda e cruza. E nem a reza por todos os santos, anjos e orixás evitou que Allan Kardec prolongasse o sofrimento corintiano.

A torcida tomou o baque, mas não desistiu.

"Aqueles que acham que é pouco. Eu vivo por ti, Corinthians."

Nelsinho resolveu deixar o time ainda mais ofensivo. Heverton e Wilson substituíram respectivamente, o esforçado Amaral e o improdutivo Dentinho. E experiente. Vampeta tentaria dar ao time a tranquilidade que faltava.

O cruzmaltino, inteligente, administrava a vantagem. E, de vez em quando, até pretendeu matar o jogo. E Felipe parou Leandro Amaral no susto.

Wilson mandou bola na trave

Nada adiantou.

Mais uma derrota na conta macabra de 2007.

Apesar do revés, o alento que ficou é da Fiel torcida.

Os rubro-negros que me perdoem, mas é dela o verdadeiro show de 2007.
Porque bater recorde de público com time bom é fácil.

domingo, 25 de novembro de 2007

A grande menina-mulher


Dakota (a menina) é brilhante. Mas a dona da festa, definitivamente, é Brittany (a mulher)


Acabei de assistir a "Grande Menina, Pequena Mulher". Uma comédia que teria tudo para ser uma daquelas velhas canções água com açúcar que transmite mensagens.

E até não deixa de ser um pouco. Mas a produção arrebata pela surpresa. A sinopse de quem a princípio não o assiste mostra uma coisa. E o filme propõe outra.

Brittany Murphy é a desastrada e desvairada Molly. Ela até que se vira bem enquanto dura a grana deixada pelo pai roqueiro, já morto. Mas o contador a rouba. E aí, ela tem de arrumar um emprego. Nada dá certo, até que um amigo lhe arruma para ser babá de Lorraine, que prefere ser chamada de Ray (Dakota Fanning).

O título do filme em português é maroto. Caricturiza Molly como uma retardada que precisa crescer. Na verdade, Ray é uma chata de galocha. Com toda a irreverência, a grande menina mexe nas bonecas intocáveis da pequena mulher e troca o Mozart até então modorrento e a fazia girar ao som de um pop. Mas é quando as duas vão a um parque de diversões - fechado, porque a temporada começaria uma semana depois - que toda a fragilidade de Ray começa a sair da casca.

Sabe, eu sempre fico um pouco com o pé atrás com comédias. Algumas passam do ponto do pastelão e, assim, ficam sem graça. Esta tem as tais cenas engraçadas na medida certa. À lavanderia, Molly exagera no sabão e acaba escorregando. No quarto de Ray, ela se empolga com um brioche e vai com tudo... mas o pão é de plástico.

Mas o forte da história é a troca de fluidos entre as duas, possibilitado justamente pela pitada de drama que existe na vida de cada uma delas. Uma apreende um pedaço da personalidade da outra, sem perder a essência. Molly absorve um pouco do pragmatismo de Ray. Esta começa a aliviar um pouco o peso da existência e começa a levá-la como se fosse o que sempre foi: uma criança.

É impressionante como a pequena Dakota trabalha bem. Uma atuação que é bem-sucedida ao transmitir a repulsa inicial por Ray. Mas a dona da festa é a gracinha da Brittany, que aproveita muito bem todas as nuances de Molly. Engraçada sem escracho. Expressiva sem melodrama. Na verdade, é ela a grande mulher-menina.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

De volta à Praça da Sé


Estive ontem na Praça da Sé. Tão castigada em tempos não muito remotos, ela está bem mais imponente agora.

Saíram de cena a sujeira e os ambulantes. Tá, eles precisam trabalhar. Mas são, sim, um anticlímax a qualquer cartão postal. Sinal dos tempos, pequenos moradores de rua se aglomeravam para ouvir funk num iPod. Aqui e ali, eles ainda fixam residência nos arredores. É um problema que ainda não tem solução. Mas não chegam a tirar o novo brilho do Marco Zero da cidade.

Ao sair do metrô, percebi que o mundaréu de gente que por ali circula continuaria sempre o mesmo. À direita da igreja, um palco – usado na celebração do dia da consciência negra – estava sendo desmontado. Da catedral, em cujas escadarias muitos passantes descansavam do sol, desciam um jovem padre e um rapaz de túnica e pés descalços. Provavelmente, um monge.

O Marco Zero em si, já chamava a atenção. Como se centro do mundo fora, uma rosa dos ventos se espalhava aos seus pés. E em si se desenhavam as direções para os estados que dividem com São Paulo um espaço no Brasil: Rio, Minas, Mato Grosso do Sul e Paraná.

E a catedral ainda ostentava a reforma sofrida em 2002, exalando imponência. Vale lembrar que a sua história remonta a 1591, quando ainda era uma construção de barro, palha e tora. Dois séculos depois, em 1745, a palhoça dava lugar a uma segunda construção, que dividia espaço com a Igreja de São Pedro da Pedra. Elas sobreviveram até 1911, quando a praça e a catedral – esta projetada pelo alemão Maximiliano Kehl - começariam a ganhar os contornos atuais. A igreja seria inaugurada no ano do quarto centenário da cidade.

Em 99, ela teve de ser fechada para a reforma terminada em 2002. O estilo gótico inspirado na Europa se manteve, mas com contornos brasileiros. Em vez de morcegos e dragões, desenhos de tatus e tucanos.

Uma ótima pedida turística. Sem sair do lugar.


Foto: sampaonline

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Aos trancos e barrancos, Brasil vence no Morumbi-14


A Seleção Brasileira jogou ontem em São Paulo. E, por causa de um compromisso, eu não vi.

Peguei aqui e ali alguns comentários sobre o jogo e o comportamento dos torcedores.

Sobre a partida... há muito vi os comentaristas criticando a improdutividade dos treinamentos da equipe. Pelo que se fala do jogo, parece que tinham razão.

O Brasil não teria repetido no Morumbi o mesmo desempenho da partida do Maracanã - um bailado respeitável que os pobres equatorianos sequer conseguiram ver.

Sobraram alguns momentos de vaia. E aí, pegam no pé de torcedores paulistas, tidos como mais exigentes do que os de outras localidades (em tempo: fluminenses, mineiros e gaúchos também são).

Quem foi ao disputado evento - que mais pareceu uma São Paulo Fashion Week do que um jogo de futebol, dada a badalação e o mar de celebridades "convidadas" - não viu tantas manifestações de apoio a Rogério Ceni. Mesmo que houvesse, elas não tardariam a cessar, porque Julio César jogou muito.

No final, setores da imprensa e da torcida consideraram a vitória de 2 a 1 sobre o Uruguai "injusta".

Essa expressão é tão tosca quanto o tal "ultimo homem", que serve como justificativa para cartão amarelo em lances de falta nos contra-ataques.

Da mesma forma de que o que existe, nesse caso, é cartão por situação clara de gol, todo resultado construído leginimamente é justo.

Se jogou mais e perdeu, é porque não teve competência pra transformar em gol as oportunidades criadas.
Foto Julio César: Terra

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Cariocas em São Paulo

Em minhas tantas andanças pelo Orkut, encontrei uma comunidade de cariocas que moram em São Paulo.

E a velha rivalidade se acende. Quando não passa do nível da gozação, é até bem-vinda. Mas, quando levada a sério, se torna enfadonha.

O povo oriundo do lado de lá da Dutra se divide. Mesmo atraídos apenas por forças profissionais, alguns se dizem felizes na terra da Garoa. Nesse grupo há quem diga até que é mais feliz aqui do que no Rio.

Muitos, no entanto, engrossam a lista dos insatisfeitos. Reclamam de tudo: poluição, trânsito, falta de área verde, frieza dos paulistas.

De uma coisa eu tenho certeza: essas pessoas não vieram pra cá de coração aberto. Mais do que implicância, essa parcela de cariocas não conseguiram se desvencilhar do PRECONCEITO que têm de São Paulo. Recusaram-se a se levar pelas coisas boas que a cidade tem - sim, elas existem, e não são poucas.

Quero deixar bem claro que, apesar de paulistano de corpo e alma, sou filho de um carioca. E tenho carinho por esta que é uma das mais belas cidades do planeta. Houve uma época em que havia até a possibilidade de me mudar pra lá. E isso me trazia até certa empolgação.

Entristece-me saber que o contrário nem sempre acontece.

Infelizmente, é verdade que Sampa - como eles chamam - sofre com trânsito e poluição. Mas a falta de área verde não é uma verdade absoluta. Serra da Cantareira e Jaraguá não me deixam mentir.

Verdade seja dita, também, que o paulistano é um pouco mais fechado e sério do que o carioca. Mas... frio? Impossível haver 10 milhões de pessoas sem sentimento. Essa gente não procurou no lugar certo.

Que os cariocas que realmente se abriram à cidade sem deixar de amar suas origens maravilhosas ensinem esses seus conterrâneos de que se pode encontrar coisas legais pra se fazer em São Paulo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A vida é BÁRBARA

Senhores, hoje a vida é BÁRBARA.

É o nome da minha futura sobrinha.

Ela chega ao mundo entre março e abril.

E a família se desmanchará em muita festa.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Características de um time

Dia desses, fui convidado para entrar numa comunidade chamada "Melhor time de todos os tempos"

Trata-se de um clube de torcedores de diversos times brasileiros que discutem a história do futebol e o seu presente de forma bastante civilizada

Ao contrário de tantas outras do gênero futebol, que primam por um fanatismo exagerado e, não raro, seus componentes botam o nível lá pra baixo.

Um dos tópicos mais interessantes diz respeito às características dos clubes. Algo que me remeteu ao Futebol.doc, programa que ajudo a produzir no Canal de São Paulo.
Na série sobre o Santos, entrevistamos santistas ilustres, como Odir Cunha (uma verdadeira enciclopédia) e José Roberto Torero (foi um prazer conhecer esse cara. Que texto, senhores! E quanta simpatia!).

Parecia que os dois combinaram ao dizer uma característica marcante de seu time do coração: a ofensividade e o futebol refinado.

Faz todo o sentido, se for levado em conta os extraterrestres de 62 e 63 e os mais de 10 mil gols que o Santos fez em toda a sua história.

Eis que, então, cheguei à seguinte conclusão sobre o meu Corinthians:

1 - Uma torcida tão apaixonada que já foi capaz de fazer loucuras.
*Dividiu o Maracanã com a torcida do Fluminense em pleno jejum de títulos.*Não fez o mesmo no Beira-Rio, mas compareceu em grande número.
*É a responsável pelo maior público da história do Morumbi (segundo jogo da final de 77).
2 - Há uma máxima segundo a qual privilegia a raça à técnica. É verdade, pero no mucho. Tá certo que se identifica com jogadores raçudos, e sem muita técnica. Mas os maiores ídolos da sua história são craques consagrados.
3 - Cresce em momentos decisivos. Mesmo quando a campanha inicial não é lá essas coisas (ex: Brasileiro de 90). *Também é capaz de viradas incríveis. Em 87, chegou a ficar em último lugar no Paulista, mas a chegada de Chico Formiga fez o time chegar à final do Paulista. Em 2001, aconteceu mais ou menos a mesma coisa - não com a mesmo intensidade.
4 - Talvez seja o clube mais instável do Brasil. Capaz de lutar contra o rebaixamento em um ano e ser campeão em outro (tomara que volte a acontecer em 2008, mas acho difícil, infelizmente).
5 - Também tem alguma tradição em grandes goleiros (Gilmar dos Santos Neves, Ronaldo, Dida e Felipe).
6 - É o maior vencedor de campeonatos paulistas.
7 - Ficou 11 anos sem vencer o Santos, mas leva vantagem no confronto histórico.
8 - Leva vantagem também contra o São Paulo.
9 - Se dá bem contra os mineiros, mas muito mal com os gaúchos.
10 - Tem semelhanças curiosas com os times do Rio: uma torcida apaixonada (Flamengo), a história de luta como time do povo (Vasco), um jejum de títulos superior a 20 anos (Botafogo), e Rivellino como grande nome da história (Fluminense).
11 - Foi capaz de revolucionar a relação entre jogadores e cúpula (Democracia Corintiana), mas também de desastres administrativos (Alberto Dualib e Vicente Matheus).
12 - Tem carinho especial pelos jogadores vindos da base.
13 - Tradição em natação e basquete - esta, infelizmente, se perdeu.
14 - É um time de muitos carrascos.
*Pelé, eternamente - ele fez 50 gols só contra o Corinthians.
*Roberto Dinamite, em um único jogo, fez 5
*Raí, em um único jogo, fez 3
*Romário também pode entrar nesse hall. ADORAVA fazer gol no Corinthians.
15 - Quando o campeonato Nacional não é da alçada da CBF (União em 87 e JH em 2000), dá vexame. Último no primeiro e penúltimo no segundo.
16 - Vence finais mesmo sendo inferior ao adversário.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Novo layout

Amigos confrades, o blog está com novo visual.

Depois de alguns meses em atividade, eis aí a primeira mudança no visual.

O preto perdeu um pouco de força para o cinza.

Mas, nos textos, essas cores nunca serão predominantes.

Permaneceremos sempre de alto astral

Gostaram da mudança? Comentem

Abraços.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O Senhor das Armas

No sábado, assisti a "O Senhor das Armas". Um filme assustador, sem necessariamente se classificar como terror.

Nicholas Cage é Yuri, um homem que, de repente, sua vida de imigrante ucraniano na "América" não é nada agradável. Então, descobre seu talento para vender armas.

Aos poucos, prospera de tal maneira que conquista know how, riqueza... e a mulher dos seus sonhos.

De tempos em tempos até é assaltado por drama de consciência. Afinal, tem como clientes, entre tantos facínoras, ditadores de pobres nações africanas. Que, com as armas vendidas por ele, massacram seus inocentes.

Com o máximo do cinismo, logo tenta se convencer de que é melhor do que negociantes de cigarro e de drogas. Pelo menos, não puxa o gatilho.

Quando enfim é encurralado, está convencido de que nada acontecerá. Porque é um mal necessário: principalmente ao governo dos Estados Unidos.

Ao final, a certeza de que os maiores comerciantes de armas (além de EUA, China, Rússia, França e Grã Bretanha) são justamente os integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

Uma verdade rasgada... e bastante inconveniente.

domingo, 11 de novembro de 2007

Felipe, o bravo, já é santo

Só deu pra pegar o segundo tempo.

Na volta pra casa, houve um espocar de fogos e gritos extasiados, mas ininteligíveis.

Só tinha uma certeza: não tava zero a zero.

Um a um.

O Corinthians começou a etapa complementar melhor.

Lulinha e Dentinho são uma combinação interessante do meio pra frente.

Mas a eles, ainda muito novos, falta frieza na hora do vamos ver fatal.

Me afligi com a possibilidade do "quem não faz..."

E foi por um triz

O irresponsável do Iran resolveu dar uma bicicleta dentro da área. E acertou o Harisson.

Pênalti!

Paulo Baier se preparava para bater... o repórter da Globo dizia que ele não havia errado nenhuma cobrança.

Da arquibancada, um irmão de desespero rezava por um novo milagre de Felipe, já devidamente beatificado pelos Fiéis.

E ele aconteceu!

Para um misto de êxtase e alívio, tão meus naquele momento.

(Se faltava a comprovação de mais um milagre, o xará merece a canonização. Ocupa um céu que já conta com um certo milagreiro verde com nome de evangelista.

Mas Marcos, para os seguidores de Jorge, simbolizou a besta do Apocalipse).

Lá na frente, o bravo Finazzi ainda tentava algo. Arce foi levando, foi levando... "Agora, bate pro gol." Eu disse aflito.

Faceira, a gorduchinha bateu na trave e foi embora.

Ao final, um empate agridoce.

Não é de todo mau. Mas poderia trazer feições mais triunfais.

A luta contra o buraco continua.

Não esmoreçamos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Educação sentimental tropeça no artificialismo

Pela primeira vez na vida, assisti a uma peça de teatro que não me agradou.

Educação Sentimental do Vampiro é uma transposição para os palcos de contos do Vampiro de Curitiba Dalton Trevisan.

As histórias se encontram pela temática altamente sombria e sexual. Suas personagens primam pelo ridículo, seja ele físico ou moral: o adolescente que procura prostitutas banguelas pelas ruas, a moça estuprada por um caminhão de homens debaixo de uma ponte, maridos que espancam esposas...

Achei confusa a estética da narração. Não sabia se prestava atenção na cena ou no contador da história. Diálogos se confundem de maneira torta... e o exagero do sotaque paranaense o torna, a meu ver, artificial.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Trajetória

Às lágrimas um anjo soluçava
E selava a tristeza de um tropeço
Recolhe os cacos d'alma ferida
Reconstrói
E renasce de um salto em glória

Da graça de um sorrir ingênuo
Descortina-se o sentido da vida
Preciosa, não dorme à partida
Do amor maior
Que apenas se transforma

Ao velho mundo, via-se novo mar
Ecoa o despertar de uma deusa
Ainda que em transe
Contempla o mundo dos eternos
E promete desbravar o sol nascente

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Perrone eterno

Na última quarta-feira, fui cumprimentar um grande amigo que completava o seu 29º aniversário.


Com Ricardo Perrone, compartilhei alguns dos melhores momentos da minha vida.

Logo de saída, o senhor são-paulino não perdeu a chance de me zoar.

"Eu tô na Série A. E você?"

Tudo bem. Até que pegou leve, dada a ojeriza que ele tem pelo meu time.

O melhor de tudo foi reviver os grandes momentos do Direto, um site de esportes onde trabalhamos durante cerca de dois anos. E até os projetos paralelos. No começo de 2001, fizemos um especial com todos os enredos das escolas de samba para aquele ano.

Eis que o ingênuo aqui viu necessidade de dar uma enchidinha de bola na Mangueira (em tempo: eu, como ele, torço pela gloriosa Mocidade Independente de Padre Miguel. Só assim pra gente concordar em alguma paixão. hahahaha).

Só que o homem ficou brabo, sô. Ele gosta da verde e rosa tanto quanto do Corinthians. Ou seja: ÓDIO MORTAL.

No Direto, um site de notícias por áudio, o nosso chefe, Deva Pascovicci, viu a necessidade de colocar no ar uma programação ininterrupta. E ele foi escolhido para tocar o projeto.

Havia programas sobre o campeonato português. Aí, Paulo Amorim, outro colega nosso, falava da classificação:

"Primeiro vem o Porto. Depois, o Sporting. Em terceiro, vem o Braga. Em quarto, o Salgueiros, que é nome de escola de samba..."

Ainda nos lembramos da corujesca cobertura da Olimpíada de Sydney. Apesar do sono, nos divertíamos com os nomes estranhos e as medalhas que iam surgindo. Tudo tinha de ser atualizado. Na época, Ian Thorpe era tido como o grande nome da natação. O holandês Peter Van der Hoogenband o desbancara.

E cadê que conseguíamos falar o nome do cara corretamente?

Do sol a raiar, ainda apareciam pérolas. Dia desses, estávamos voltando pra casa. Num dos cruzamentos em que estávamos parados, vinham aparecendo três garotas. Ele as chamou:

"Psiu! Venham cá!"

Elas chegaram perto, bastante curiosas. Perrone não teve dúvidas:

"PQP! VOCÊS SÃO FEIAS PRA C..."

Numa outra, Tatiana recebera uma ligação do Wallace - que nos substituía pela manhã - ao celular. Ela o orientava:

"Não, você tem de ir nos 'Favoritos'"

Ele parou o carro e perguntou pra um cara:

"Ou! Você sabe onde ficam os 'Favoritos?'"

Parecia que eu ia explodir de tanto rir.

Infelizmente, tudo durou pouco. Mas se mostrou intenso o suficiente para não desaparecer jamais.

Obrigado, amigo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

De volta ao tênis

Depois que Gugase viu às voltas com sérias contusões e se afastou do circuito internacional, enfim voltei a olhar com mais atenção para o tênis.

Assisti a alguns jogos do Masters Series de Madri. E gostei muito do que vi.

Rafael Nadal, o novo homem de areia, venceu o britânico Andy Murray. Mas, como no Aberto dos EUA, teve trabalho. E com ele protagonizou belos pontos.

O simpático sérvio Novak Djokovic sofreu uma contusão depois de ganhar o primeiro set do croata Mario Ancic.

Mas este perdeu o controle emocional depois de perder várias chances de quebra. E perdeu o jogo.

Só que havia um Nalbandian no meio do caminho.

O argentino já havia vencido Rafael Nadal nas quartas

E venceria só o Roger Federer na decisão.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Tropa de Elite

E finalmente assisti ao tão comentado Tropa de Elite.

Vou tentar comentar desprovido de todas as coisas que li a respeito.

Trata-se de uma produção que, se não supera o fantástico "Cidade de Deus", se equivale a ele.
São câmeras trêmulas, narrativa tensa e texto afiado. Começa fragmentado em subtramas, que aos poucos vão se condensando.

O Capitão Nascimento está pra ter um filho e quer sair do Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro. E precisa arranjar um substituto à altura. No centro da trama estão Neto, que tem o coração, e Matias, a cabeça pensante. Este, negro, é também estudante de direito. Na faculdade, começa a namorar uma colega, que trabalha numa ONG instalada numa favela.

Só que há dois problemas: ela não sabe que ele é policial, e a tal organização está "fechada" com o "dono" do morro. O Baiano - que, é óbvio, não quer "cana" no "seu pedaço".

"Tropa" apresenta nuances sem retoques de todas as mazelas. Entre elas, a corrupção da PM convencional, que se choca com o código de ética do Bope. Nascimento trata os policiais corruptos como inimigos.

Há também a exposição rasgada da cumplicidade do usuários, representados pelos estudantes universitários, com o tráfico. Pelo raciocínio - correto - de Nascimento, como mercado consumidor, eles abastecem os bandidos com armas. Com o poder nas mãos, eles corrompem as crianças dos morros, que muitas vezes não vêem futuro trabalhando honestamente.

Nada, contudo, é mais rasgado do que a violência. Apesar da manutenção da honra, os homens de preto abusam de tortura pra conseguir as informações necessárias e não se furtam a matar, se necessário.

Essa vertente fascista encontra eco na vida real. Eu, mesmo, já fui vítima dela algumas vezes. Mesmo sem nunca ter cometido crime nenhum. Na última, estava voltando pra casa depois de ter falado ao orelhão. Até que uma viatura resolveu entrar na contramão para encher o meu saco. Um deles apontava uma arma. O outro, com a empáfia nas tampas, disse que a minha indignação não adiantava nada, porque eu precisaria da polícia um dia, e chamaria correndo. O outro foi ver se eu não tinha "ficha corrida". E ai de mim se dissesse qualquer coisa a mais. O tal mala tentou se justificar, dizendo: "Não está escrito na testa de ninguém quem é honesto ou não"


Pois é. Mas, se não está "escrito", não se deve abordar. Afinal, não havia crime nenhum para investigar. E uma farda cinza não deveria dar a ninguém a autoridade de juiz para acusar alguém só pela aparência - eu estava de bermuda e chinelo.

Pra não dizer que não falei de flores, por causa de um incidente envolvendo uma pessoa da minha família, já precisei da ajuda de bombeiros e um policial. Foram todos muito solícitos.

Enfim, faces podres e boas existem em todos os lugares.

E "Tropa" tem uma crueza necessária na sua versão da história.


sábado, 13 de outubro de 2007

Três décadas de uma explosão


Tive a honra de conhecer o redentor. Gente finíssima!


Lá se vão três décadas do grito redentor.


A massa, por quase 23 anos, ansiou por títulos. E ficou na sede.


Mas não desistiu.


Na espinhosa jornada, não faltaram feridas pungentes.


Em 74, quando já se passavam 20 anos de agonia, um certo Ronaldo calou milhares de vozes próximas. E milhões em todos os arredores.


Mas sacudiu a poeira.


Dois anos depois, a inigualável casta de heróis atravessou a Dutra e fez o Maracanã ficar meio paulista por algumas horas.



Empurrada pelos seus fiéis, a garra operária venceu a máquina tricolor. Mas não pôde superar o escrete colorado



Não foi dessa vez.



Mas a sua hora chegaria.



E Cícero Pompeu viu sua expressão máxima em 5 de outubro: 146.080 pessoas ansiando pelo grito final.


Ele não veio. A Macaca não queria vender barato: 2 a 1 pra Ponte.


Mas, mesmo tecnicamente superior, não resistiria muito tempo. No terceiro jogo, Luciano mete um balaço na trave. Rui Rei tanto reclama que Dulcídio o põe pra fora.


E, aos 36 minutos e 48 segundos... enfim o nó da garganta se vê livre. Basílio, o redentor, estava predestinado àquela sina maravilhosa. Dias antes, Oswaldo Brandão sentenciara: "A gente vai ganhar de 1 a 0. E você, neguinho, vai fazer o gol do título.


E o Corinthians foi campeão.


Não faço a menor idéia do que acontecera naquele dia. Havia nascido no dia do "ensaio geral" do Maracanã.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Tom Maior perde uma grande chance

A Eugênio de Medeiros estava refém do trânsito. A Tom Maior faria naquela noite a escolha do seu hino para o carnaval 2008. Na porta, encontrei o Barba, que não via há muito tempo. Pela insternet, insistiu para que eu prestigiasse a final. O seu samba estava lá. Ele, Jelleya e Alemão, inspirados, arquitetaram uma jóia.

No alvorecer da colonização
Plantei minha raiz
Meu destino de glória, guerreiro feliz
Abençoada trajetória
Negra e amarga escravidão
Espalhou a doçura nesse chão
Do litoral partiram missões de conquista
Fui me tornando paulista
Nas margens do Rio Tietê
Fronteiras, riquezas, tesouro
Após o delírio do ouro
É doce o meu renascer

Do lado de lá, senhores de engenho
Do lado de cá, barões do café
Da minha história orgulho eu tenho
Rumo à vitória, sou o Sumaré

Os trilhos trouxeram o progresso
Grandeza e libertação
Expandi, desenvolvi
Abracei novos irmãos

Surgiu... nossa força industrial
Hoje o meu carnaval irradia energia

Acelerei no ABC, que não pára de crescer
Nessa pista o que Vale é a folia
O combustível essencial da alegria

Meu canto é raça, é sangue e suor
Tom Maior
Estado de graça, motor que uniu
Meu Brasil

Uma composição que traduz com alma poética a história que a escola quer contar: a história da força econômica do estado de São Paulo. Passa pela cultura canavieira, que se beneficiou da mão de obra escrava ("Negra e amarga escravidão/ Espalhou a doçura nesse chão"). Faz referência às bandeiras, que fizeram do Brasil o desenho que tem hoje, já que o Tratado de Tordesilhas destinava a Portugal cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados. Mas destacam a origem do estado de São Paulo, que, à margem durante o ciclo do ouro, começa, depois, a se tornar importante na economia brasileira ("Após o delírio do ouro/ É doce o meu renascer"). Pois começa o ciclo do café. "Do lado de cá..." do país. Enquanto isso, os engenhos "Do lado de lá..." entravam em decadência.

A segunda parte já fala do crescimento de São Paulo como protagonista da economia brasileira e da substituição da mão de obra escrava pela imigrante ("Abracei novos irmãos"). Faz referência à indústria automobilística ("Acelerei no ABC..."), que traz também, em um único verso, uma inteligente analogia com a passarela do samba e faz referência à Vale do Rio Doce ("Nessa pista, o que vale é a folia").

No refrão de cima, qual um "lead", vem a importância do estado na formação econômica e política do Brasil atual, mesmo ("Estado de graça, motor que uniu/ Meu Brasil"). E diz, ainda, que tanto a comunidade Tom Maior quanto o povo paulista são dotados de espírito guerreiro ("Meu povo é raça, é sangue e suor")

Mas eles perderam a disputa. Para uma composição que, a meu ver, não tinha a mesma qualidade.

A Tom Maior perdeu uma chance de ouro de levar ao carnaval um dos melhores sambas do ano.

Paciência.

PS: a minha interpretação do samba 4 veio sem a leitura da sinopse.

Espero não ter falado besteira.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Salve, meu Corinthians heróico


Já se passaram três dias do triunfo redentor. Uma vitória que teve esboço no sábado, quando mais de mil fiéis entraram no templo. Não para profanar o mar de indignidade em que foram mergulhados. Mas para orar em razão do amor maior.

A voz dos devotos encheu os corações dos sacerdotes. Muitos deles pouco qualificados para a missão. Mas com a promessa de se dedicar ao máximo.

No dia seguinte, os fiéis perderam em espaço. Os donos da seita tricolor contavam as horas para celebrar o seu domínio. Atônitos, eles assistiram a uma tocante prova de amor. Homens e mulheres de preto entoavam o hino maior numa espécie de estado hipnótico. E se valiam de palavras fortes: "Corinthians, minha vida. Eu nunca vou te abandonar. Porque eu te amo."

Os bravos, já repletos de alma quase secular, resistiam como nunca às investidas de um oponente mais forte. Tinham num gigante chamado Felipe a tradução da mensagem vinda do povo.
Até que, ao cair do crepúsculo, veio a redenção. A trajetória daquela bola começava a escrever o capítulo final de uma epopéia de humilhações. Começou em Gustavo, passou por Fábio Ferreira e culminou no tão criticado Betão. O destino pareceu brincalhão, mas fez justiça.

Tão profanada, a fé alvinegra ainda não está livre dos perigos. Mas se depender de seus devotos, não sucumbirá jamais.


sexta-feira, 5 de outubro de 2007

É "Hairspray" na cabeça

IMPAGÁVEIS: Travolta e Nikki Blonski dão show em Hairspray


Nunca fui lá muito chegado a filmes musicados. Sempre achei meio sacais. Até que fui apresentado a "Hairspray - Em busca da fama", a transposição para o cinema de um musical da Broadway, de mesmo nome, dirigido por Jphn Waters. É uma divertida mistura de ritmo, diversão e crítica.

Como toda adolescente da Baltimore dos anos 60, Tracy Turnblad (Nikki Blonski) sonha em fazer parte do Corn Collins Show. Pode-se dizer que é uma mistura de "Show de Calouros" com "Malhação". Mas ela comete um pecado na Bíblia estética pré-estabelecida: tem uns quilinhos a mais. E é claro que o stablishment do mal, na pessoa de Velma Von Tussle (Michelle Pfeiffer), produtora-chefe da atração, arma-se de todo o seu arsenal de maldades para acabar com a "palhaçada". Por um motivo que o instinto materno explica: a filha, Amber Von Tussle (Brittany Snow), é a queridinha do espetáculo.

Além de arma para as vilãs da história, o preconceito é também mote crítico. O filme se passa num tempo em que a segregação se configurava em dura realidade. Como se vivessem - e viviam - em um mundo à parte, os negros eram obrigados a se apresentar em um dia específico. A parte açucarada - pero no mucho - da trama fica por conta do embate entre Tracy e Amber por dois troféus: o título de Miss Laquê (o tal Hairspray) e o amor de Link Larkin (Zac Efron, de High School Musical).

A produção acerta principalmente na simbiose entre dança e canção. Mas há que se destacar o banho que dá John Travolta na pele da insegura Edna Turnblad, mãe de Tracy. Não terá sido feliz coincidência, dado o passado de Travolta, com sábados regados a brilhantina. Mas a escolha de um homem para o papel feminino tem uma razão. Na versão teatral, de 1988, Edna era interpretada pelo travesti Divine, que morreu no mesmo ano.

Azeitado, o filme corre em velocidade suficiente para entreter durante duas horas. Nem rápido demais, para deixar a história passar, nem excessivamente lento, para não provocar bocejos. Sai-se do cinema com música na cabeça e dança insistindo em marcar o ritmo no pé.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Desamor

Verso no escuro
O silêncio mais puro

Poesia frui em essência
O poema não vem...
Insolência

Vento pulsante aquece
Espreita o vazio
Desafio
Desolado, coitado, fenece

Defronte o terror
Suplanta a dor
Impele ação
Transformação

Conto Loquaz
Obra infugaz

O verso virou glória
Da efervescência
História

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Corinthians! Onde está você?!

Em todos esses anos de corintianismo, nunca vi algo assim.

Eu, que me gabava de ver o meu time jamais ser rebaixado em coisa alguma, tenho de botar as minhas barbas de molho

O perigo existe, e é real.

Mas não quero me ater a jogos e estatísticas.

Onde está a magia corintiana? Essa aura decantada até por torcedores rivais?

Um onze que, mais do que derrotado, se mostra displicente. Formado por uma cartolagem corrupta.

Tudo vírus mortal na torcida. Que não sabe mais o que fazer.

Em tempos áureos de arte guerreira, nunca um Náutico da vida viria ao Pacaembu cantar de Galo.

Hoje, até o América dá trabalho.

O que vocês fizeram com a paixão maior da minha vida, senhores?

Decreto que vocês não têm o poder de deixar o meu amor morrer. Mas a vida há de fazer-vos pagar por isso.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Planeta Esporte

Venho aqui fazer mais uma divulgação

Um blog chamado Planeta Esporte.

A pessoa que escreve não é muito conhecida, não. Nunca ouvi falar muito dele. hehehehe

Olha aí o link planeta-esporte-efc.blogspot.com

Vale a pena

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Banca de Quadrinhos vem aí

Estréia hoje no Canal de São Paulo o programa "Banca de Quadrinhos", dos meus amigos Rodrigo Febrônio, Luiza Xavier, Daiane Crepalde e Carlos Eduardo Novaes. O programa trata do universo das hqs e tudo relacionado à cultura pop. Tudo feito por quem entende - e muito - do assunto.

Eis aí a primeira parte:

http://video.google.com/videoplay?docid=9166662500373585583&hl=en

E o blog do programa:

http://bancadequadrinhos.blogspot.com/



Acompanheir de perto alguns trechos da produção e digo de cátedra:

Vale a pena

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Caras de pau

Enquanto o STF transforma em réus os mensaleiros, por 40 votos a 35, o senado absolve Renan Calheiros.

Um tapa na dignidade brasileira.

Mara e Dito

Começou um novo dia, já volta
Quem ia, o tempo é de chegar
De metrô chego primeiro, se tempo é dinheiro
Melhor, vou faturar
Sempre ligeiro na rua, como quem sabe o que quer
Vai o paulista na sua, para o que der e vier

A cidade não desperta, apenas acerta a sua posição
Porque tudo se repete, são sete
E às sete explode em multidão:
Portas de aço levantam, todos parecem correr
Não correm de, correm para
Para São Paulo crescer

Vambora, vambora, olha a hora
Vambora, vambora

Vambora, vambora
Olha a hora, vambora, vambora

Vambora...

A segunda-feira já amanhecia. Enquanto preparava o café, minha avó, dona Mara, ouvia Franco Neto e Oliveira Júnior transmitindo as notícias mais importantes do momento. O modo como davam a hora virou um marco.

- Sete e trinta e cinco
- REPITA
- Sete e trinta e cinco

O meu avô, seu Dito, há muito havia saído para trabalhar. A Casa Albano ficava a poucos metros da Major Rubens Florentino Vaz. Enchia de imponência aquele trecho da Corifeu de Azevedo Marques. Enquanto Mara primava por um amor mais austero, Dito era o bonachão. Levava a gente todos os dias para a dona Lourdes para nos esbaldar em doces. Ou então, à padaria. E sempre perguntava: "O que é que você quer?"Muitas vezes, era ele quem me buscava na escolinha, na Praça Benedito Calixto. Levava para tomar refrigerante, mas exigia: "Não conta nada pra sua mãe". É lógico que eu não contava.

Dia desses, levou-me a um churrasco da Casa Albano. Não me recordo bem onde ficava, mas foi muito divertido. A firma jogaria futebol com uma equipe local. O time B tomou uma sova. A equipe principal até que jogou bem. Mas não conseguiu vencer.

Deitado na grama, havia dito a ele que só tinha comido um pão recheado com carne.

- Só? Eu já comi quatro - ele respondeu.

Voltamos exaustos, mas felizes de um bem-vivido domingo.

Anos se passaram. O velho Dito já há muito nos tinha deixado. E, naquele momento, meu tio Jairo sofrera um ataque cardíaco fatal. Eles já estavam voltando do enterro quando eu dera a notícia de que tinha passado na Cásper Líbero.

- Me abraça - ela disse. Dona Mara, tão incompreendida por mim, fingia firmeza. Mas estava destroçada por dentro. Se conseguira me ver entrar na faculdade, não pôde presenciar o meu diploma. Partiria para a eternidade quando eu ainda estava no segundo ano.

Na festa de formatura, minha mãe ficou triste, a princípio. Porque não poderia mais celebrar aquele momento com a sua família original. Mas encontrou Roseli, a filha da dona Mulata. E encontrou alento. Quantas vezes eu ouvia minha avó falar dela... acho que cheguei a ir a sua casa.

Sua neta, Vanessa, tinha sido minha colega de classe. Em fotos antigas, ela aparecia em uma de minhas festas de aniversário.

Saudades. Tempos que não voltam mais.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Independência do Brasil.

Nunca tive grandes empolgações pelo 7 de setembro. No meu tempo de pequeno, o tão propalado dia da pátria era algo um pouco mais agitado do que hoje. Mas nada que se iguale ao 4 de julho norte-americano, por exemplo.

Já fiz trabalhos "artísticos" sobre a efeméride. Mas, até a quinta série, não fazia idéia do que se tratava. Aos poucos, fui me familiarizando com essa história.

A partir de então, tive uma leve noção. Antes do grito do Ipiranga, o Brasil era uma extensão de Portugal no novo mundo. Os portugueses foram os primeiros a dominar as técnicas de navegação, graças à Escola de Sagres. Com o descobrimento, passaram a vir pra cá os degenerados, que ganharam um pedaço de terra para explorar.

Colônia de exploração funcionava como uma espécie de depósito, de onde a coroa retirava as suas riquezas. Diferente do povoamento inglês que vigorou no Canadá e nos Estados Unidos. Por conta disso, há quem diga que seríamos mais prósperos se tivessemos o mesmo domínio britânico. Ledo engano, porque os gigantes da América do Norte tiveram esse tipo de colonização por não ter nada a oferecer em termos de recursos naturais. Basta ver que Jamaica e Guiana - só pra citar dois - também foram colônias da Inglaterra.

Na economia, viveram-se dois ciclos fortes: o do açúcar e o do ouro. O primeiro teve como mão de obra os escravos africanos, e teve como "mérito" criar os latifúndios: as fazendas funcionavam no esquema de plantation, grandes propriedades que produziam apenas açúcar. Em menor intensidade, respiravam as culturas de algodão e tabaco. Uma incipiência que só agora, e a duras penas, estamos começando a neutralizar. O segundo moldou o desenvolvimento da região Sudeste. Com isso, no século XVIII, a capital mudou-se de Salvador para o Rio de Janeiro.

A Coroa enfrentou várias revoltas ao longo do período. Mas a única com caráter separatista foi a Inconfidência Mineira. Surge o mito Joaquim José da Silva Xavier. O Tiradentes fazia parte de um movimento de notáveis que intentavam trazer para o Brasil os ideais do Iluminismo francês, para que o Brasil se visse livre do domínio português.

O movimento não deu certo. Mas lançou as sementes da independência que daria frutos 33 anos depois. Na prática, o Brasil se desgarrou de Portugal com a abertura dos portos às nações amigas em 1808. Promulgada pelo príncipe regente Dom João, o decreto derrubava o pacto colonial segundo o qual a colônia só poderia exportar para a metrópole.

Reza uma lenda universitária que Dom Pedro I fora aconselhado pelo seu pai a proclamar a independência do Brasil "antes que algum aventureiro o faça". E, há exatos 185 anos, Pedro daria o grito fatal. "Independência ou morte".

De lá pra cá, o Brasil ainda convive com a mazela moral de muitos dos seus governantes, que fazem com que o país ainda fique preso ao atraso. Conviveu com ele da primeira república até o fim da era militar. Ainda caminha a passos lentos para consolidar uma economia se não forte, ao menos resistente aos furacões desse mundo globalizado. A jovem democracia vai criando alicerces, embora ainda sofra golpes aqui e ali.

Temos o que comemorar? Sim. Mas ainda mais para refletir.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Eu vi a Fiel vencer o Cianorte

Eterno 12º jogador


Hoje eu vou reeditar um momento que, modéstia à parte, foi inspirado.

Espero que gostem

Eu vi a Fiel vencer o Cianorte

Quando Maringá silenciou, o que houve foi raiva. Um rotundo três a zero que ecoava pungente na minha cabeça. O tal do Cianorte escreveu um capítulo na série “Coisas que só acontecem com o Corinthians.” Perder para famosos sei lá quem. E dá-lhe gozação dos rivais. Mas, que deixasse estar. A história há de dar a nossa chance de reviravolta.

Mas o tempo teimava em não passar. Entrava jogo, saía jogo e nada. Eu não perderia por esperar. E a semana chegou. Eu respirava São Jorge. Via tudo em preto e branco. Os ingressos começariam a ser vendidos na segunda. E eu nem vi as mesas redondas de domingo. De Itaquera pro parque num pulo.

Eu não era o primeiro. Um senhor de jornal na mão sentava numa daquelas cadeirinhas de praia. Logo fiquei amigo. Figura das melhores o seu Amílcar. Quantas histórias! Ele me contou do famoso arrastão alvinegro que a Dutra experimentou em 76: a invasão ao Maracanã. “No sábado de manhã, pedi para uma tia, são-paulina fanática, bordar um número na minha camisa. Ela deixou a rivalidade num canto e atendeu com gosto. Depois, peguei meu Fusquinha e segui viagem. Na estrada, era buzina pra lá, “Vai, Curintia” pra cá. Uma zona. Era tanta gente que eu cheguei ao Rio lá pelas quatro da matina. Estava cansadão, mas a ansiedade era maior. Fui direto pra perto do Maraca. Quando os portões se abriram, lá estava eu. Quando vi, tinha mais fiel do que tricolor. E o time do Fluminense era um milhão de vezes melhor que o nosso. Até o Nelson Rodrigues reconheceu a nossa força.”

Parecia que eu estava lá. Banquinhos de plástico não havia. Mas bandeiras, sim. Muitas bandeiras. Fogos e foguetes. Um duelo surpreendentemente igual...


- Próximo!

O bilheteiro, gentil como ele só, me arrancou do devaneio. Tentei enxugar as lágrimas para garantir a arquibancada laranja, o melhor lugar do Pacaembu.

- Eu também vou na laranja. Se quiser, podemos combinar. Disse a ele que sempre me concentrava na banca da Charles Miller com os meus camaradas. Ele me falou de um lance sinistro que rolou no dia da invasão.

“Quando a torcida gritava, havia uma energia estranha. Não tinha certeza, mas parecia com Neco, o nosso primeiro artilheito. Sem dúvida um décimo segundo jogador. Quando o Ruço fez o gol de empate, ele parecia ter absorvido toda aquela vibração.” O João, moleque, não quis nem saber de respeito. Falou pro velho não viajar.

- Não é viagem, não. Vi uma coisa parecida naquela semifinal de 2001. A gente tava fora e o danado do Robert parecia que dominava a gente. O povo não gritava tão alto, mas não arredava pé. Do nada, eu vi um jogador correndo na direção do Gil. Era menor do que ele. Mas rápido que só vendo. Quando dei por mim, ele já tinha deixado o André Luiz no chão. Depois do gol, eu só não virei cambalhota de alegria porque fui abraçado por um gavião em êxtase. Quando fui contar o que vi ao meu tio, ele não teve dúvidas: pelas descrições, parecia o Cláudio, o maior artilheiro do Timão em todos os tempos. - Disse o Zé, não tão moleque.

O Pacaembu era uma panela de pressão já borbulhante. Até o lado das numeradas fervia. E eu vi algo de que jamais me esquecerei. O exército alvinegro entrou em campo com doze. Não! Não é mentira nem alucinação. Mas a pulsação misturada àquela imagem, confesso, entorpeceu-me da cabeça aos pés. Usava um uniforme diferente dos demais. Mais antigo. tinha o cabelo meio comprido com costeletas e um vasto bigode. Rivellino? Não! Não pode ser. Tem algum alucinógeno no ar, não é possível.

Quando o zagueirão do Cianorte falhou – eu juro! – ele pareceu possuir o Carlitos. Um a zero logo nos primeiros minutos de jogo. O time azul começava a entrar em estado hipnótico. Começou a ser dominado pouco a pouco e pareceu que sucumbiria. E, com um tranco, acordou do choque e passou a catarse para o trio de arbitragem, que não enxergou aquele maldito impedimento. Um a um.

Enfurecido, o Riva partiu pra cima do bandeira. Gesticulou e esperneou. Ao meu lado, um garoto começava a chorar. O amigo botava as mãos na cabeça e fazia um não desesperançado. O reizinho parecia perder um pouco de seu poder. Mas logo recobrou-se.

Corinthians! Corinthians, minha vida! Corinthians, minha história! Corinthians, meu amor!

O espectro mudou de forma. Ficou maior, mais magro e levemente barbudo. Doutor? Céus! Parece sonho. Lançou-se sobre Bobô, ganhou do goleiro na vontade... e isolou. Mas, quando Gustavo acionou Roger, não passou em branco. Invadiu a área para fazer dois a um.

Logo que o segundo tempo começou, lá foi ele outra vez. O mesmo Roger cruzou e Carlitos decretou o três a um. Logo depois, inspirou Carlos Alberto a mandar um balaço da entrada da área. Que não foi páreo para o travessão. O Magrão resolveu sair de cena. Diminuiu, ficou gordinho... Neto?! Uma camisa de força, por favor! O time azul voltou àquele estado meio catatônico. O Xodó estava em casa. Pareceu reviver aquele fim de tarde no Maracanã, quando daquele gol antológico contra o Flamengo do meio da rua. Mas o chute do presente tinha mais veneno. Foi tão ardente que o pobre Adir passou vergonha. Quatro a um.

Ainda era pouco para seguir em frente. O resultado igualava a diferença do jogo passado, mas aquele gol impedido mantinha a vaga em mãos paranaenses. Foi então que os três reis do parque se viram obrigados a unir forças. Tornaram-se uma só energia que anteviu o Gustavo dentro da área, acossado por três adversários. Recebeu. Caprichosa, a bola estava mais para o jogador de azul. Mais eis que ele não desiste. Estica a perna no último suspiro e toca nela. Teimosa, a gorducha não queria ficar a seus pés. E ele insistiu. Venceu seus oponentes na raça e deu o petardo a gol. Que estufou as redes pela quinta vez.


O gigante cravava o golpe de misericórdia naquele pequeno que ousara humilhá-lo um mês atrás. Estava sacramentada a glória final. Essa gente esfarrapada e debulhada pela vida evocou os seus deuses. E não sucumbiu sem luta. Assim eu vi a Fiel entrar em campo e vencer uma partida.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Band. Que decepção!

Nos anos 90, eu era um fã confesso da Bandeirantes. Na época, ela era "o canal do esporte". Gostava de ouvir Elia Junior segurando as pontas com muita competência quando sobrava tempo... e tinha de improvisar tudo. Luciano do Valle, um canhão da narração. A descontração de Elia brincando com Simone Mello chegava a me fazer sorrir. E foi o canal do esporte que me motivou a ingressar o caminho do jornalismo.

O tempo passou. E o Canal do Esporte não existe mais. Até que a cobertura esportiva é numerosa. Mas a emissora hoje em dia é mais diversificada, com notícias, programas femininos, shows, novelas...

Eis que fico sabendo que ela adquiriu exclusividade sobre o Mundial de Ginástica Artística. Prometeu uma cobertura completa do evento, que conta com atletas brasileiros muito capacitados a fazer bonito.

Ligo a TV hoje para acompanhar a final feminina por equipe, imaginando que veria as brasileiras ao vivo. Decepção total! Passa o finalzinho das apresentações de romenas, norte-americanas, russas e italianas... e pequenos flashes de Daiane no solo, Jade no salto, Khiuani e Ana Cláudia.

Que pena! Não pensei que justo a Band fosse dar um tratamento assim aos amantes de esportes... os mesmos que fizeram um pouco de sua história.

Se é pra fazer uma cobertura tão porca, por que comprar os direitos do evento?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Liberdade de imprensa ou privacidade?

Na semana passada, uma polêmica tomou conta do noticiário político. Os ministros Ricardo Lewandowski e Carmem Rocha discutiam, via intranet, o voto de um dos colegas - Eros Grau - para definir se os 40 implicados no mensalão se tornariam réus. Eles especulavam se a decisão de Grau estaria atrelada à indicação para a Corte de Carlos Alberto. Ele substituiria o recém-aposentado Sepúlveda Pertence.

A conversa eletrônica foi flagrada pelos flashes d'OGlobo. E é aí que entra toda a celeuma. Alguns reclamaram de invasão de privacidade. Outros acreditam que o assunto tem relevância pública.

Fico com o segundo grupo. Afinal, a sessão foi liberada para a imprensa. Portanto, os vestígios de conversa no particular foram exterminados pelos próprios magistrados. E o assunto em pauta é de interesse geral, por despertar a suspeita de que um dos ministros poderia se ver envolvido numa negociata. Ela não se concretizou. Mas o episódio mostra que mesmo os juízes mais importantes do país devem prestar contas pelo seu serviço, pois ocupam cargos públicos.

É diferente de invadir uma casa e tirar fotos comprometedoras de uma celebridade, em que ela sequer te convidou pra entrar.

Tanto é verdade que o próprio Supremo não chiou.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Não subestime o gigante


O jogo entre Corinthians e Santos ontem no Pacaembu fez jus à alcunha de clássico. Quando todos esperavam um massacre santista, o gigante da capital, ferido, renasce. E vence o favorito por 2 a 0.


Um time irregular, com um técnico improvisado e comandado por uma trupe que de intrépida não tem nada. Mas o Corinthians é pura mística guerreira, que ontem submergiu dos céus. Os praianos encararam a peleja com soberba e se deram mal. Nilton, aquele que fez gol contra e a favor num único jogo (contra o Botafogo), como se tivera canhão nos pés, deixou Fábio Costa estupefato e abriu o placar. No segundo, os atacantes inverteram os papéis. Finazzi, o centroavante, serviu. Arce, o ponta, mergulhou de cabeça para ampliar a vantagem.


Nilton, o herói do jogo, ainda salvou um gol em cima da linha e arrumou uma expulsão para o santista Adaílton.


Apesar da panacéia, não dá pra esperar muito desse time. Porque o buraco corintiano é mais em cima. Para ganhar título em pontos corridos, é preciso uma gerência redonda, que faça um bom planejamento.


Parece que o clube vive fase de transição. Por enquanto, é cedo para pensar em planos para 2008.

A camisa 10 da ginástica


Todo time tem o seu maestro. No basquete, é o armador. No vôlei, o levantador. No futebol americano, ele se chama quarterback. No futebol, os meias. Ou, como se diz no Rio, apoiadores.


Esta tão preciosa camisa esteve ontem pela manhã em boas mãos. Ela envelheceu 10 anos em dois meses. Jogou também na defesa e no ataque. Liderou com brilho um time escalado com dois veteranos - um centroavante que mistura vigor e habilidade e um defensor já se preparando para pendurar as chuteiras. Os novatos foram bem, embora em alguns momentos sentissem o peso da responsabilidade.


Infelizmente, o maestro não foi perfeito. Desafinou justamente na hora do solo. Mas nem mesmo isso apagou o brilho de sua apresentação.


Mas do que fala este maluco? Por incrível que pareça, de ginástica. A equipe feminina brasileira fechou a classificação do Mundial de Stuttgart em oitavo lugar e vai pra final. De quebra, carimbou o passaporte para Pequim - era preciso se classificar, no mínimo, em 12º. O camisa dez é Jade Barbosa, que ultrapassou a barreira dos 15 pontos em três dos quatro aparelhos. Caiu no solo, mas foi a três finais individuais: salto, trave e geral.


O centroavante é Daiane dos Santos, que não competiu em 100% da sua forma física. O defensor é Danielle Hipolyto, também fora de ritmo. E as novatas são Khiuani Dias e Ana Cláudia Silva.


O Olimpo vos espera, meninas.

domingo, 2 de setembro de 2007

Memórias Corintianas.

Tenho o grato prazer de divulgar um novo blog.

Chama-se Memórias Corintianas, e é escrito pelo grande amigo Filipe Morais.

Nos dois primeiros posts, homenagem aos 97 anos daquele que nos acostumamos a chamar de Todo Poderoso.

Depois, a doce lembrança de uma virada inesquecível sobre o Santos em 2001.

Tudo com a espirituosidade que é peculiar no sr. Morais.

Tudo está aqui: http://memoriascorintianas.blogspot.com/

Vale a pena!

sábado, 1 de setembro de 2007

O microcosmo do sofrimento

Corinthians: noventa e sete anos de sangue e lágrimas

Salve, Corinthians. O gigante nascido na esquina da José Paulino com a Cônego Martins tinha raízes proletárias. Portanto, guerreiro por natureza. Em seu primeiro jogo, desafiou o União da Lapa, um verdadeiro monstro sagrado da várzea da época. Perdeu por 1 a 0. Mas fincou raízes que formariam um gigante, campeão dos campeões. De jogadores que honraram as tuas tradições de luta, como Idário. Mas sem perder a arte jamais, como Neco.

Eternamente em corações perseverantes. Parafraseando o mestre, esse povo é, antes de tudo, um forte. Uma gente tão corajosa que tem o martírio por vocação. Maloqueiro, posto que é sempre do povo. Sofredor, porque a bonança, que já viu um quatro de ases como Cláudio, Luizinho, Baltazar e Carbone, se sucede a grandes tempestades, como o faz-me rir. Mas, corintiano. Graças a Deus. Por isso és minha vida.

Salve, Corinthians. Porque és tão grande que nem mesmo um Saara que durou 23 anos foi capaz de te derrubar. Eis que essa casta tão maltratada se identifica contigo, e, cada vez maior, te segue qual religião. Carregada de esperança, enlouquece. E, por um instante, faz do Rio a sua casa. Do outro lado, a máquina tricolor carregava o teu reizinho. Tão injustamente destronado. Então, os tão favoritos cariocas silenciam ante a garra operária de Russo, Tobias, Zé Maria, Wladimir e Geraldão. Em homeopáticas e doloridas doses penais. No dia em que este humilde interlocutor acabara de vir ao mundo. Na semana seguinte, os bravos não resistiriam a outra máquina, desta vez colorada. Mas as bases para o fim do deserto estavam consolidadas. E Basílio, abençoado pela predestinação a que Brandão o destinara, dera fim ao sofrimento. Mas o gol resumia toda a história deste martírio alvinegro. Superzé cobra a falta. Basílio desvia de cabeça. Vaguinho chuta no travessão. Wladimir sobe para cabecear. Mas Batista, mais alto, afasta. E Basílio, o redentor, não foge ao destino. Uma de tantas glórias mil. Por isso és minha história

Teu passado é esta bandeira de eterna superação. Que encontrou, também, uma geração de mágicos que, do Brasil, conquistaram o mundo. O teu presente, infelizmente, uma lição que não deve ser aprendida jamais. Pois os que te representam não fazem jus a tamanha epopéia. Sei, contudo, que, ferido, o gigante há de renascer. Como tantas vezes já o fez. Por isso és meu amor.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Só deram os outros

Nova quarta-feira de martírio.

E, dessa vez, não teve consolo.

Corinthians toma nova goleada.

Sub-17 perde de novo pra Gana no Mundial

Seleção masculina tem o jogo nas mãos, mas toma a virada da desfalcada Argentina no pré-olímpico.

O jeito é virar a página e seguir em frente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O Sublime Tom Jazz

Nunca fui lá muito fã de jazz. Um estilo altamente sofisticado, mas que não me tocava.

Mas, no Sesc Pinheiros, este cara com quem não ia muito, me presenteou com um belo show instrumental. Capitaneado pelo músico Mario Adnet.

Piano, bateria, flautas, saxes e trombones se harmonizavam em obras tidas como raridades e algumas mais conhecidas.

Até mesmo os imprevistos davam um charme à apresentação. Antes do início, estavam todos os músicos presentes, mas... "Cadê o nosso baterista?" Três minutos depois, lá estava Rafael Barata.

Adnet intercalava um som e outro com comentários. Disse que Tom era obcecado por dicionários e busca de significado. Chamava jazz de "jaz" (e não "djéss") e, segundo ele, "jaz" tinha uma conotação de movimento. E então tocou "Tema Jazz"

Antes de "Paulo Vôo Livre", explicou que esta era uma homenagem do maestro a um cunhado da Aeronáutica cujo apelido era "Paulinho Bacardi".

O ponto alto ficou guardado para o finalzinho, quando um certo "Spock" saxofonista entrou para a maravilhosa "Frevo de Orfeu". E mesmo aqui houve derrapadas. Que não comprometeram a qualidade do show. "Frevo de Orfeu" me emocionou.

Quem sabe esse tal de Jazz não me arrebata?